sábado, 27 de junho de 2009

1ºCOL; 2ºBI - Texto base para a prova

é, eu não me canso dessa foto :P
Texto base para a prova dos primeiros anos. Se tiverem duvidas quanto a termos, pesquisem e se informem. Não se esqueçam que NÃO PRECISA decorar o texto, já que o mesmo estará disponível na própria prova (aliás, não precisa nem ler aqui se não quiser :-P). Vocês podem ler mais sobre o Senso Comum na própria apostila (1º bimestre), e também podem ler mais sobre o contexto histórico do surgimento da sociologia pesquisando na net (tem um ótimo resumo sobre o assunto nesse link aqui – alias, esse outro blog também é de um professor de Sociologia :P).


O Senso Comum

O senso comum é visto como a compreensão de todas as coisas por meio do saber social, ou seja, é o saber que se adquire através de experiências vividas ou ouvidas do cotidiano. Engloba costumes, hábitos, tradições, normas, éticas e tudo aquilo que se necessita para viver bem. 
No senso comum não é necessário que haja um parecer científico para que se comprove o que é dito, é um saber informal que se origina de opiniões de um determinado indivíduo ou grupo que é avaliado conforme o efeito que produz nas pessoas. É um saber imediato, subjetivo, heterogêneo e acrítico, pois se conforma com o que é dito para se realizar, utiliza várias idéias e não busca conhecimento científico para ser comprovado. 
De maneira espontânea e sem querer as pessoas utilizam o senso comum a quase todo o momento: Ex: Quando se está com o intestino preguiçoso e a vizinha diz que ameixa e mamão é bom para ajudar o intestino, o que é que se faz? Corre para casa e se empanturra de ameixa e mamão. Isso é senso comum, a utilização de um método criado a partir de uma experiência natural. 

O senso comum difere-se em alguns aspectos com a ciência, pois a ciência busca a verdade em todas as coisas por meio de testes e comprovações, enquanto o senso comum é utilizado antes mesmo que se saiba se o método empregado traz o que se espera. A ciência é objetiva, busca critérios, avalia, busca leis de funcionamento, reúne a individualidade existente em cada lei para formar uma só estrutura e isso sem procurar semelhança entre elas, se renova, se modifica e busca sempre se firmar no conhecimento.

O Contexto Histórico do Surgimento da Sociologia

A Revolução Industrial, ocorrida na Europa (principalmente na Inglaterra) no século XVIII, mudou radicalmente a estrutura da sociedade. Homens passaram a ser substituídos por máquinas, que produziam mais e custavam muito menos. Isto fez com que os problemas sociais aumentassem, pois muitas pessoas que antes trabalhavam de forma artesanal, ficaram sem emprego. Eram acostumadas à uma forma mais lenta de vida, no meio rural, trabalhando apenas para sobreviver da terra. Agora passariam a trabalhar muito mais para os empresários, ganhando as vezes menos do que estavam ganhando antes. 
A sociedade se dividiu em Burgueses, os que detinham as fábricas e controlavam a economia, e os Proletariados, que tinham a força de trabalho. O capitalismo se fortaleceu, quem produzisse mais, estava acima dos outros.
A sociologia como disciplina científica surgiu no início do século XIX, como uma resposta acadêmica para o novo desafio da modernidade: o mundo estava se tornando cada vez menor e mais integrado, a consciência das pessoas sobre o mundo estava aumentando e dispersando. Os sociolólogos não só esperavam entender o que mantinha os grupos sociais unidos, mas desenvolver um “antídoto” para a desintegração social.

2COL; 2ºBI - Texto base para a prova

Texto base para a prova dos segundos anos. Se tiverem duvidas quanto a termos, pesquisem e se informem. Não se esqueçam que NÃO PRECISA decorar o texto, já que o mesmo estará disponível na própria prova (aliás, não precisa nem ler aqui se não quiser :-P). No caso de vocês, esse material já havia sido postado aqui de modo separado e completo (na prova será usado a síntese abaixo).

ACULTURAÇÃO: Processo pelo qual duas ou mais culturas diferentes, entrando em contato contínuo, originam mudanças importantes em uma delas ou em ambas. Quando dois ou mais grupos entram em contato direto e contínuo, geralmente ocorrem mudanças culturais, pois verifica-se a transmissão de traços culturais de uma sociedade para outra. Alguns traços são rejeitados e outros aceitos, incorporando-se, frequentemente com alterações, à cultura resultante. É a fusão de culturas diversas, dando origem a uma nova cultura.


ASSIMILAÇÃO: Processo social em virtude do qual indivíduos e grupos diferentes aceitam e adquirem padrões comportamentais, tradição, sentimentos e atitudes de outra parte.

A Historia do Jeans: Durante o século XIX, acontecia nos Estados Unidos a corrida pelo ouro. Os mineradores trabalhavam incessantemente, sujeitos a todo tipo de situação, e precisavam de roupas que fossem resistentes o suficiente para o trabalho pesado nas minas. Em 1853, o jovem Levi Strauss, um judeu alemão, foi ao velho oeste americano vender lona para cobrir as carroças dos mineradores, mas devido à saturação do mercado, seus produtos começaram a se acumular nas prateleiras. Ao observar o trabalho dos mineradores, percebeu que suas roupas não resistiam ao trabalho pesado, e que eles necessitavam de algo mais durável para a atividade que exerciam. Ao notar o que acontecia, sem perder tempo, Levi Strauss levou um dos trabalhadores a um alfaiate, e com o tecido que não conseguia vender, confeccionou uma calça para ele, na cor marrom.
Logo, as calças feitas com a lona se espalharam entre os mineradores. No entanto, esse material era muito rígido e desconfortável, o que fez Strauss buscar um tecido de igual resistência, porém, mais flexível. O tecido de algodão sarjado, uma espécie de brim, vinha da região de Nîmes, na França e era utilizado pelos marinheiros genoveses. Do seu local de origem, veio o nome denim, "de Nîmes". A cor azul do tecido veio só depois, quando Levi Strauss decidiu tingir as peças com o corante de uma planta chamada Indigus, dando a cor pela qual o jeans é hoje conhecido. Em parceria com seus irmãos e cunhados fundou a Levi Strauss & Co.
O jeans começou a se popularizar na década de 30, quando, usado pelos cowboys norte-americanos, quando apareceu em filmes que retratavam o clima western, que se tornou moda. Durante a Segunda Guerra Mundial, os soldados norte-americanos usavam uniformes confeccionados com o tecido, dando ao denim uma imagem de virilidade. Após a vitória dos Aliados, o jeans se espalhou pelo continente Europeu.
O denim atravessou o século XX, se transformando no artigo de moda mais democrático e popular existente. Na década de 40, os cowboys do asfalto montavam suas motos Harley-Davidson trajando o jeans. Mas foi na década de 50 que o jeans se transformou em símbolo de rebeldia, quando, no filme Juventude Transviada, o ator James Dean, no papel do jovem e rebelde Jim Stark, apareceu usando a combinação clássica: calça jeans e camiseta branca. Além de Dean, Marlon Brando e Elvis Presley contribuíram para que o artigo se disseminasse entre os jovens da época, que teve sua imagem intrinsecamente ao rock. A imagem rebelde do jeans se tornou tão forte, que o traje passou a ser proibido nas escolas e em lugares como cinemas e restaurantes.
Depois de James Dean e Marlon Brando, vieram os Beatles, Bob Dylan e Jimi Hendrix, e o jeans continuou se colocando como peça principal do visual jovem. Na década de 70, os hippies americanos adotaram o jeans como peça essencial do visual largado, e mais uma vez ele se tornou parte de uma cultura jovem. Foram os hippies que introduziram a idéia de customização das peças, feita por meios artesanais, que logo entrou em processos industriais. Ele havia entrado de vez para o vestuário, como uma peça funcional e barata, sempre ligado a um símbolo de juventude. Na mesma época o jeans inicia sua globalização e se insere na indústria européia, que transformou a aprimorou o design e o acabamento, se tornando grande referência na produção do artigo na indústria da moda.
O jeans atravessou o século XX sofrendo incessantes transformações, resistindo às tendências e modismos, propagando estilos e comportamentos e se tornando o maior fenômeno já visto na história da moda, um acontecimento sem precedentes. O jeans transcende a moda, e talvez já não possa ser denominado como tal; está acima dela, pois, embora sofra alterações ao longo do tempo, ele permanece, vestindo homens, mulheres e crianças, há 150 anos.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

3°COL, 2°BI – Texto base para a Prova

Não entre em pânico: Basta se preparar!!

Texto base para a prova dos terceiros anos. Se tiverem duvidas quanto a termos, pesquisem e se informem. Não se esqueçam que NÃO PRECISA decorar o texto, já que o mesmo estará disponível na própria prova (aliás, não precisa nem ler aqui se não quiser :-P).

LINHA DO TEMPO CIDADANIA:


SécXVIII/EUA – Acontece o longo processo (1776-1783) que levaria a independência dos EUA em relação a Inglaterra. Os lideres da revolução foram fortemente influenciados por ideais Iluministas (principalmente pela idéias do filosofo John Locke).

1789/França- Logo após a revolução que tirou os privilégios da Nobreza e do Clero, a França Revolucionária proclama a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

1791/França - Olympe de Gouges, revolucionária francesa, lança o manifesto “Declaração dos Direitos da Mulher”, denunciando a Declaração dos Direitos do Homem como instrumento de cidadania restrita aos componentes do sexo masculino. É decapitada.

SécXIX/Mundo- A situação da classe trabalhadora em geral é bastante desalentadora: trabalham 16 horas por dia, ganham muito mal, não tem direito a férias, trabalham em condições insalubres etc. O descontentamento da população impulsionara vários movimentos operários em busca de direitos para o trabalhador.

1848/EUA - Henry David Thoreau pública “A Desobediência Civil”, obra sobre resistência pacifica que terá decisiva influencia nos movimentos encabeçados por Gandhi e Martin Luher King.

1848/Alemanha – Os Filósofos Karl Marx e Friedrich Engels publicam o Manifesto do Partido Comunista, obra que servirá de base para vários movimentos trabalhistas ao redor do mundo.

1863/EUA- Abolida a escravidão nos EUA. Em 1868, eles obtém direitos iguais aos dos brancos.

1876/EUA- começam a ser promulgadas as Leis Jim Crow (principalmente em Estados e Municípios Sulistas). Tais leis limitavam visavam barrar a freqüência de negros em escolas públicas e ao uso dos transportes públicos, restaurantes, teatros, hotéis, cinemas, balneários. Em muitos estados proibiu-se o casamento entre pessoas de raças distintas. Formatou-se a doutrina do equal but separate, legalizou-se a segregação, conquanto que se fornecessem serviços e condições iguais, para brancos e segregados.
 
1913/EUA- A segregação racial é formalizada na esfera Federal pelo Presidente Woodrow Wilson.

SécXX/Mundo- As organizações trabalhistas conquistam importantes direitos para a classe trabalhadora. Após dezenas de anos de luta, os trabalhadores passam ter direitos como: 13º Salário, Férias, licença saúde, hora extra, adicional para serviços perigosos etc).

1948/Mundo- Publicada pela ONU, a Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelece parâmetros básicos para a construção de um mundo mais justo. Como não possui a força de lei, a DUDH não é respeitado por todos os paises (mesmo assim, é um avanço importante).

1955/EUA- A passageira negra Rosa May Parks se nega a ceder seu lugar no ônibus para um passageiro branco e é presa. A população negra iniciou um boicote às companhias de ônibus que durou 381 dias, causando grandes prejuízos, até que, em novembro de 1956, a Suprema Corte declarou inconstitucional a lei de segregação racial dentro dos ônibus. Este episódio foi a partida de um movimento maior encabeçado pelo Reverendo Martin Luther King Junior.

1964/EUA – depois de muita pressão do Movimento Negro capitaneado por Luther King, é aprovada a Lei de Direitos Civis, que proíbe qualquer tipo de discriminação baseada em raça, cor, religião e nacionalidade (e abole as Leis Jim Crow).

SécXX/Parte do Mundo – Movimentos feministas ganham força (principalmente na década de 60), e as mulheres conquistam pouco a pouco direitos antes restritos aos homens (voto, estudo, trabalho, divorcio etc).

2005/Brasil – “Mulheres estudam mais, mas ganham 30% menos que homens” é o título de reportagem do Jornal Folha de São Paulo.

2008/EUA – Eleito o primeiro presidente negro da História Norte Americana, Barack Obama.

terça-feira, 23 de junho de 2009

2ºCOL; 2ºBI - Elvis - A explosão do rock


Os cadernos do segundo bimestre focam bastante a cultura jovem. A unidade três inclusive conta uma breve história de como os jovens adquiriram uma “cultura própria”. O que poucos talvez saibam é a importância de Elvis Presley nesse processo todo...
Pra quem quer conhecer um pouco mais o assunto, segue ai uma ótima reportagem de Aventuras na História sobre o “Rei do Rock”. Boa Leitura!!


Elvis - A explosão do rock
Há 50 anos, ele gravou seu primeiro disco, marco inicial de uma revolução chamada rock’n’roll. Elvis morreu em 1977 (a despeito do que acreditam seus fãs), mas as mudanças que ele iniciou continuam influenciando os jovens do mundo todo
POR:André Barcinski


Em julho de 1954, o telefone tocou numa casa simples da periferia de Memphis, Tennessee, no sul dos Estados Unidos. Gladys, uma senhora na casa dos 40 anos, atendeu e ouviu a voz de um homem, que se apresentou como Scotty e perguntou por seu filho. “Elvis não está. Quer deixar recado?”
O “Scotty” era Scotty Moore, um guitarrista local de algum sucesso que procurava um cantor para sua banda e recebeu de um amigo, Sam Phillips, a dica sobre o tal Elvis.
Phillips, que tinha a fama de descobrir novos talentos, era dono de uma pequena gravadora em Memphis, a Sun Records, e oferecia a qualquer interessado a chance de gravar um disco por 4 dólares. Foi atrás dessa chance que em meados de 1953 Elvis Presley, então com 18 anos, entrou nos estúdios da Sun. Ele gravou duas faixas. Em janeiro do ano seguinte voltou e gravou mais duas. Sam não ficou muito impressionado com ele, mas anotou seu nome e telefone.
Na época, Elvis ganhava a vida dirigindo caminhão, mas não abandonara o sonho de ser cantor.
Elvis Aaron Presley nasceu em 8 de janeiro de 1935 em Tupelo, Mississípi. Sua mãe deu à luz gêmeos, mas o primeiro, Jesse, nasceu morto. Os Presley eram pobres. O pai, Vernon, trabalhou como leiteiro, carpinteiro e motorista e chegou a passar oito meses preso por falsificar cheques.
Elvis adorava música desde pequeno, gostava dos cultos da Igreja Pentecostal, onde sempre havia cantorias, e, aos 10 anos de idade, recebeu um prêmio num concurso de canto. Em 1946 ganhou sua primeira guitarra, presente de dona Gladys. Em 1948, a família se mudou para Memphis. Elvis foi matriculado numa escola para brancos, mas costumava freqüentar os bairros negros para ouvir seus bluesmen favoritos, como Furry Lewis e B.B. King. Passava as noites ouvindo no rádio música country, blues, gospel e até música clássica.
Quando Elvis respondeu ao telefonema de Scotty Moore, sabia que aquela poderia ser a chance pela qual esperava. Na sessão que hoje é considerada o marco zero do rock, Elvis Presley produziu um clássico: “That’s All Right”, versão de um antigo blues de Arthur “Big Boy” Crudup, que ele acelerou até torná-lo um autêntico rock’n’roll. “Quando Sam Phillips ouviu aquilo não acreditou. Era o que vinha buscando havia anos: um branco que pudesse cantar como um negro”, afirma Peter Guralnick em sua biografia de Elvis, Last Train to Memphis (“O Último Trem para Memphis”, inédito em português).

Preto no branco
A questão racial esteve presente na carreira de Elvis desde o início. Ele era um garoto branco apaixonado por música negra, fosse ela gospel, rhythm’n’blues ou country. Sua fama abriu espaço para um sem-número de roqueiros negros, como Little Richard, Chuck Berry e Bo Diddley. E ele nunca fez segredo sobre as origens de sua música: “Os negros vêm cantando dessa forma há muitos anos”, dizia. “Mas ninguém prestava atenção neles, até que eu apareci. Eu aprendi tudo com eles.”
Falar uma coisa dessas nos anos 50 era um ato de coragem. No sul dos Estados Unidos, as escolas eram segregadas. Havia lojas de brancos e lojas para “pessoas de cor”, emissoras de rádios de “música branca” e de “música negra”. Mas Elvis queria ser ouvido por todos.
E logo passou a ser. Dois dias depois da histórica gravação em Memphis, o disc-jóquei Dewey Phillips tocou “That’s All Right” em seu programa Red Hot and Blue, e Elvis tornou-se uma sensação local. Vieram os primeiros shows e sua fama começou a se espalhar depois que ele descobriu o que fazia as meninas gritarem tanto. Após uma apresentação, perguntou a Scotty Moore: “Por que elas gritam tanto?” O guitarrista respondeu: “É sua perna”, disse. “É o jeito como você mexe a perna.”
Nos conservadores anos 50, o estilo explosivo e sensual de Elvis o diferenciava dos crooners bem-comportados, estáticos atrás dos microfones, entoando músicas de amor com suas vozes perfeitas. Elvis sacudia os quadris, grunhia e soltava longos suspiros no meio das músicas. Era uma revolução, pelo menos para o público branco, que não tinha visto gente como Little Richard e Chuck Berry em ação.
Em 1955, Elvis conheceu o coronel Tom Parker, um misterioso imigrante holandês que havia tentado a sorte no circo e em várias esferas do show business, até tornar-se um respeitado agente musical. Parker passou a gerenciar a carreira de Elvis e seu apurado tino para negócios ajudou a tornar o cantor um astro. Parker convenceu a gravadora RCA a comprar o passe do cantor à Sun, pela enorme (para a época) quantia de 40 mil dólares. A RCA era uma gravadora grande, porém pouco ousada. Os principais nomes de seu cast eram cantores românticos como Perry Como e Harry Belafonte. Elvis era um peixe fora da água na RCA.
Mas logo virou um tubarão. Em 1956 ele se tornou uma celebridade, gravando um sucesso atrás do outro, entre eles “Heartbreak Hotel”, “Blue Suede Shoes”, “Don’t Be Cruel” e “Love me Tender”. Estreou no cinema no filme Love me Tender e lançou seu primeiro LP, Elvis Presley. Na lista dos compactos mais vendidos do ano, ficou com os dois primeiros lugares, desbancando gente famosa como Frank Sinatra, Dean Martin e Pat Boone.

Rei do pop
O sucesso atraiu as críticas. Os mais conservadores desprezavam Elvis e consideravam sua música um lixo. Era difícil aceitar que um caipira rebolador pudesse vender mais discos que cantores consagrados como Sinatra e Belafonte. Em janeiro de 1957, Elvis apareceu no programa de TV de Ed Sullivan, um dos mais populares do país. Mas só quem esteve lá pôde vê-lo de corpo inteiro. A emissora, preocupada em não chocar os telespectadores, filmou Elvis só da cintura para cima. Na época, ele ganhou o apelido de “Elvis, the Pelvis”. Estava acesa a chama sob o caldeirão do rock, onde ferveria toda uma geração de jovens. Ninguém mais poderia detê-los.
Nem o exército. Em 1958, Elvis foi convocado e, numa jogada publicitária, Parker incentivou-o a ir. Antes, porém, fez com que o cantor deixasse gravados vários compactos. Parker recusou qualquer tipo de tratamento especial a Elvis, com a certeza de que isso seria ótimo para a imagem do cantor. E foi.
Depois de passar pelo treinamento no Texas, Elvis foi para uma base militar na Alemanha, onde ficou 18 meses. Lá, cumpriu funções normais dos soldados, como fazer exercícios e montar guarda nos portões da base. Durante esse tempo, não cantou em público, mas participou de dezenas de sessões de fotos para mostrar como era sua vida de militar. No auge da Guerra Fria, Elvis foi o melhor garoto-propaganda com que o exército americano poderia ter sonhado. O afastamento não diminuiu o interesse por suas músicas, pelo contrário. Mesmo com ele ausente, a RCA lançou vários compactos de sucesso, como “Wear my Ring Around your Neck”, “Hard Headed Woman”, “One Night” e “A Big Hunk o’Love”.
No quartel, Elvis conheceu as drogas. Introduzido por um sargento que recomendava pílulas de anfetaminas aos soldados para mantê-los atentos e eficientes nos exercícios, ele iniciou uma longa dependência química, que viria a ter resultados trágicos. No final de sua temporada na Europa, Elvis conheceu a adolescente Priscila Beaulieu, com quem iniciou um romance.
Em março de 1960, Elvis deu baixa. A volta para casa foi problemática. E triste. Sem a mãe por perto (dona Gladys morrera em 1958), sua vida entrou numa espiral descendente.
Profissionalmente, sua carreira passava por uma grande mudança. Saem as excursões e shows, entram os filmes. Durante toda a década, a única maneira de os fãs verem seu ídolo era comprando ingressos para o cinema. Mas mesmo longe dos palcos, os discos de Elvis – quase todos gravações da trilha sonora dos filmes – continuavam vendendo bem, embora a concorrência estivesse muito mais forte. O rock já dava pinta de que viraria uma fábrica de ídolos, com o surgimento de grupos como os Beatles e os Rolling Stones. Elvis parecia descontente com a direção de sua carreira, e reclamava com o coronel Parker da qualidade dos filmes que estava fazendo, pérolas como O Seresterio de Acapulco, Meu Tesouro É Você e Garotas, Garotas e Garotas. O ritmo de trabalho era massacrante: entre 1956 e 1969, ele estrelou nada menos que 31 longas-metragens.
Em casa, a coisa ia ainda pior. Elvis não fazia segredo do vício em anfetaminas e começou a recomendar as pílulas para amigos e músicos de sua banda. Cada vez mais rico e drogado, Elvis aos poucos foi se tornando um recluso em sua mansão, Graceland. Lá, cercou-se de um grupo de empregados e amigos, que ficou conhecido como a “Máfia de Memphis”. Em 1961, Priscila se mudou para Graceland. Seis anos depois, eles se casariam e teriam Lisa-Marie, única filha do casal.
Elvis estava estranhamente obcecado. Colecionava armas e distintivos policiais. Passou a dar declarações de que sua missão era “ajudar os Estados Unidos a acabar com o risco das drogas e do comunismo” e, numa cena hoje lendária, visitou a Casa Branca para pedir ao presidente Richard Nixon que lhe outorgasse uma credencial do FBI. A foto de Nixon e Elvis apertando as mãos é uma das imagens mais bizarras e emblemáticas dos anos 70. Elvis, o antigo rebelde, cumprimentando o homem que, provavelmente, estava entre os que chamavam sua música de “lixo”, nos anos 50. Foi o início do fim de Elvis Presley.
A década de 70 foi um pesadelo interminável para Elvis. Ele havia se tornado um “prisioneiro” em Graceland, tomando anfetaminas, barbitúricos e tranqüilizantes e sendo vigiado por guarda-costas brutamontes. Embora suas turnês em Las Vegas batessem recordes de arrecadação, sua música caiu de qualidade. Ele engordou muito e chegou a ter um colapso antes de um show na Flórida, que teve de ser cancelado.
No fim de 1971, Priscila o abandonou, levando a filha Lisa-Marie. Amigos do cantor disseram que isso era o que faltava para o colapso emocional e físico de Elvis. Nos cinco anos seguintes, os dias alegres tornaram-se cada vez mais raros. Embora a adoração do público nunca tivesse diminuído e os shows estivessem sempre lotados (o especial de TV Aloha from Hawaii foi visto por 1 bilhão de pessoas), Elvis vivia infeliz. Sua saúde estava se deteriorando e as internações em clínicas de reabilitação e hospitais tornaram-se rotina.
A curta vida de Elvis Presley chegou ao fim em 16 de agosto de 1977. Por volta de 13h30, sua namorada, Ginger Alden, encontrou-o sem vida, deitado no chão do banheiro, em sua mansão. O rei estava morto.



Big bang: A vida e a carreira deElvis mudou tudo (e para sempre)no mundo da música


Infância:
1938
Elvis com 3 aninhos: filho único (depois que seu irmão gêmeo, Jesse, nasceu morto)
1942
A família Presley por volta de 1942: Vernon, Gladys e o pequeno Elvis. Pouco tempo depois, Vernon seria preso por falsificar cheques


50·s
1954
Elvis inventa o rock’n’roll. No estúdio da Sun ele grava “That’s All Right”
1956
Ele não era chamado "Elvis, the Pelvis" à toa: requebrando os quadris, em junho de 1956
1956
Em outubro, Elvis ensaia sua segunda participação no programa de TV de Ed Sullivan. Na primeira, as câmeras o filmaram apenas da cintura para cima.
1956
Durante as gravações de seu primeiro filme, Love me Tender. Ele estrelaria mais 30 longas-metragens
1957
Elvis comprou Graceland, uma antiga igreja, e fez da mansão seu esconderijo do mundo
1958
Vernon e Elvis lamentam a morte de Gladys: a vida de Elvis nunca mais seria a mesma
1958
Durante o período do exército, encontra outro ícone do rock americano, Bill Halley


60·s
1960
O sargento Elvis Presley volta da Alemanha, em 3 de março
1960
O encontro de dois monstros da música americana: Elvis e Frank Sinatra ensaiam para o programa de TV The Frank Sinatra Timex Show
1967
Elvis e a esposa, Priscila, mostram seu anel de diamante no dia do casamento: 1º de maio de 1967


70·s
1970

Elvis cumprimenta Richard Nixon no Salão Oval da Casa Branca, em dezembro. Elvis foi pedir ao presidente que o nomeasse para o FBI
1977
A decadência fisica era evidente: as roupas também não ajudavam.
1977

O rei descansa em paz: túmulo de Elvis em Graceland

Elvismania: O rei virou uma das marcas mais conhecidas no mundo


Elvis foi uma celebridade vivo. E, desde que morreu, sua fama só aumentou. Calcula-se que, nos últimos 50 anos, mais de 1 bilhão de seus discos tenham sido vendidos em todo o mundo. Em grande parte, o sucesso comercial de Elvis depois de 1977 deve-se a sua viúva, Priscila. Após a morte do marido, ela assumiu o controle de seus negócios e pressionou legisladores no Tennessee a aprovar uma lei que garantia aos herdeiros os direitos à imagem e lucros de pessoas falecidas. Priscila transformou o nome “Elvis Presley” numa marca. Hoje, ninguém pode comercializar nenhum produto com a cara de Elvis sem pagar uma parte à Elvis Presley Enterprises. Em outra jogada esperta, ela abriu Graceland ao público em 1982. Hoje, a mansão de Elvis recebe em média 675 mil visitantes por ano, que pagam até 18 dólares por um passeio. Elvis tornou-se um ícone da cultura pop e é, sem dúvida, a celebridade mais festejada e discutida da história. Nos últimos 27 anos, mais de 300 livros sobre ele foram publicados somente nos Estados Unidos.


Saiba mais:

Livros
Last Train to Memphis, Peter Guralnik, Abacus, 1995
Careless Love, Peter Guralnik, Brown USA, 2000 - Completíssima biografia dividida em duas partesElvis, Odair Braz Junior, Coleção “Para Saber Mais”, 2004

domingo, 21 de junho de 2009

2ºCOL; 1ºBI – Aculturação e Assimilação

sim, essa imagem não tem nada a ver com o post,
mas eu criei ela e não tinha onde postar :P



Devido ao grande numero de alunos que chegaram nesse blog googlando em busca dos significados de Aculturação e Assimilação; me dei ao trabalho “Hercúleo” de postar aqui o significado desses dois lindos termos sociológicos... o melhor é que os verbetes estão escritos em português de “purtugal”, o que faz com que de uma tacada só: 1- o blog foque o acordo ortográfico; 2 – lembre os panacas brasileiros da nossa herança lusa :P.

ACULTURAÇÃO: Processo pelo qual duas ou mais culturas diferentes, entrando em contacto contínuo, originam mudanças importantes em uma delas ou em ambas.Quando dois ou mais grupos entram em contato direto e contínuo, geralmente ocorrem mudanças culturais nos grupos, pois verifica-se a transmissão de traços culturais de uma sociedade para outra. Alguns traços são rejeitados e outros aceitos, incorporando-se, frequentemente com alterações significativas, à cultura resultante. É a fusão de culturas diversas, dando origem a uma nova cultura.

ASSIMILAÇÃO: Processo social em virtude do qual indivíduos e grupos diferentes aceitam e adquirem padrões comportamentais, tradição, sentimentos e atitudes de outra parte. É um ajustamento interno e indício da integração sócio-cultural, ocorrendo principalmente nas populações que reúnem grupos diferentes. Em vez de apenas diminuir, pode terminar com o conflito.

FONTE: Dicionário Sociológico Básico da EEB Dom Joaquim

Atualidades em Foco: Eleições no Irã

clique na foto pra ver mais

Muito tem se falado do conflito eleitoral do Irã, mas as vezes não temos a percepção correta de só ouvir falar, e as vezes ainda temos uma ideia muito errada sobre outros povos e países. Por isso resolvi postar esse link com fotos do conflito no Irã. clique na foto que ilustra o post pra ser direcionado ao site com as fotos.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Cuidado com o que Ouvem

Orelhas em pé e acreditando em tudo o que ouve...

Mais um post que serve para todas as classes (e que todo mundo deveria ler). Neste pequeno artigo o consultor de empresas Stephen Kanitz (também colunista da Revista Veja) fala sobre a importância de se questionar as informações que recebemos. Imperdível!!

NOTA: se preferir, pode ler esse artigo direto do site dele (basta clicar aqui).


Cuidado com o que Ouvem

Por stephen kanitz

"Vigilância epistêmica” é a preocupação que todos nós devíamos ter com relação a tudo o que lemos, ouvimos e aprendemos de outros seres humanos, para não sermos enganados. Significa não acreditar em tudo o que é escrito e é dito por aí, inclusive em salas de aula. Achar que tudo o que ouvimos é verdadeiro, que nunca há uma segunda intenção do interlocutor, é viver ingenuamente, com sérias conseqüências para nossa vida profissional. Existe um livro famoso de Darrell Huff chamado Como Mentir com Estatísticas, que infelizmente é vendido todo dia, só que as editoras não divulgam para quem. Cabe a cada leitor tentar descobrir.
Vigilância epistêmica é uma expressão mais elegante do que aquela palavra que todos nós já conhecíamos por “desconfiômetro”, que nossos pais nos ensinaram e infelizmente a maioria de nós esqueceu. Estudos mostram que crianças de até 3 anos são de fato ingênuas, acreditam em tudo o que vêem, mas a partir dos 4 anos percebem que não devem crer. Por isso, crianças nessa idade adoram mágicas, ilusões óticas, truques. Assim, elas aprenderão a ter vigilância epistêmica no futuro.
Lamentavelmente, muitos acabam se esquecendo disso na fase adulta e vivem confusos e enganados, porque não sabem mais o que é verdade ou mentira.
Nossa imprensa infelizmente não ajuda nesse sentido; ela também não sabe mais separar o joio do trigo. Hoje, o Google indexa tudo o que encontra pela frente na internet, mesmo que se trate de uma grande bobagem ou de uma grande mentira. Qualquer “opinião” é divulgada aos quatro cantos do mundo. O Google não coloca nos primeiros lugares os sites da Universidade de Oxford, Cambridge, Harvard ou da USP, supostamente instituições preocupadas com a verdade. In veritas é o lema de Harvard. O Google não usa sequer como critério de seleção a “qualificação” de quem escreve o texto no seu algoritmo de classificação. Ph.Ds., especialistas, o Prêmio Nobel que estudou a fundo o verbete pesquisado aparecem muitas vezes somente na oitava página classificada pelo Google. Avaliem o efeito disso sobre a nossa cultura e a nossa sociedade a longo prazo.
Todos nós precisamos estar atentos a dois aspectos com relação a tudo o que ouvimos e lemos:

• Se quem nos fala ou escreve conhece a fundo o assunto, é um especialista comprovado, pesquisou ele próprio o tema, sabe do que está falando ou é no fundo um idiota que ouviu falar e simplesmente está repassando o que leu e ouviu, sem acrescentar absolutamente nada.

• Se o autor está deliberadamente mentindo.

Aumentar a nossa vigilância epistêmica é uma necessidade cada vez mais premente num tempo que todos os gurus chamam de “Era da Informação”.
Discordo profundamente desses gurus, estamos na realidade na “Era da Desinformação”, de tanto lixo e “ruído” sem significado científico que nos são transmitidos diariamente por blogs, chats, podcasts e internet, sem a menor vigilância epistêmica de quem os coloca no ar. É mais uma conseqüência dessa visão neoliberal de que todos têm liberdade de expressar uma opinião, como se opiniões não precisassem de rigor científico e epistemológico antes de ser emitidas.
Infelizmente, nossas universidades não ensinam epistemologia, aquela parte da filosofia que nos propõe indagar o que é real, o que dá para ser mensurado ou não, e assim por diante.
Embora o ser humano nunca tenha tido tanto conhecimento como agora, estamos na “Era da Desinformação” porque perdemos nossa vigilância epistêmica. Ninguém nos ensina nem nos ajuda a separar o joio do trigo.
Foi por isso que as “elites” intelectuais da França, Itália e Inglaterra no século XIV criaram as várias universidades com catedráticos escolhidos criteriosamente, justamente para servir de filtros e proteger suas culturas de crendices, religiões oportunistas e espertos pregando mentiras.
Há 500 anos nós, professores titulares, livres-docentes e doutores, nos preocupamos com o método científico, a análise dos fatos usando critérios científicos, lógica, estatísticas de todos os tipos, antes de sair proclamando “verdades” ao grande público. Hoje, essa elite não é mais lida, prestigiada, escolhida, entrevistada nem ouvida em primeiro lugar. Pelo contrário, está lentamente desaparecendo, com sérias conseqüências.


Stephen Kanitz é administrador (www.kanitz.com.br)

Revista Veja, Editora Abril, edição 2028, ano 40, nº 39, 3 de outubro de 2007, página 20

A Lenda do Beijo Infeccioso – Parte 2

Isso sim é beijo mortal de verdade!!
(e não foi no Fest Folia :P)

Sim, isso é a parte dois da bagaça :P. resolvi pesquisar um pouco mais o assunto, e cheguei a informações interessantes - principalmente graças a uma postagem do site “diário de solteiro”. No post “Pegação é boa, mas cuidado!”, a “reporti” postou o referido caso como se fosse verdade-verdadeira-di-verdadi-messsssmmoooooo... o único “pobrema” foi que os quase 142 comentários (até o momento em que escrevo isso) confirmaram totalmente o caráter de lenda urbana do troço.
Quem tiver paciência, vale muito a pena ler toda a postagem e comentários. O mais interessante não são as pessoas que desmentem o fato, mas justamente as que tentam confirmá-lo : o nível de incoerência e contradições entre as versões entrega a inverdade da história! Aparentemente, todo mundo conhece pessoalmente a “menina” do causo, só que as histórias nunca batem, e (pior) se passam em cidades diferentes (São Paulo, Goiânia, São José do Rio Preto, Uberlândia etc).
Também nos comentários, alguém postou um link para um famoso site anti-lendaurbanifero (:P) que mostra que essa pataquada de beijo contaminado começou pelas bandas de Londres (em 2003!!!). até perdôo a ingenuidade brasileira, mas a falta de originalidade é de amargar O_o.

Por ultimo, gostaria de lembrá-los que existem SIM pessoas que transam com cadáveres (necrófilos), bem como trocentas doenças que podem ser transmitidas por fluidos bucais (também conhecidos como “baba”): gripe, dor de garganta, herpes, meningite, gonorréia, sífilis, sapinho et cetera. Obviamente, o fato de tais coisas existirem não implica EM NADA na veracidade da lenda urbana do beijo infeccioso (que meda!).

Agora me dêem licença que tenho que colocar meu saci de garrafa pra tomar um solzinho...

1º COL; 1º BI - O treino do olhar

Os primeiros anos tiveram diversas aulas sobre o olhar.
Então ai vai um joguinho sobre isso.
Você consegue contar quantas vezes o time vestido de branco passa a bola?

2ºCOL; 1 BI - Cerimônia do Chá

Olá, aqui é o Rogério e esse é o meu primeiro post nesse blog. Pra quem não me conhece sou professor de Sociologia em Campo Limpo Paulista.

Complementando o post do Alvaro sobre a culinária japonesa (2ºCOL, Aculturação) seguem dois pequenos vídeos sobre a cerimônia:




segunda-feira, 15 de junho de 2009

A Lenda do Beijo Infeccioso - Parte 1

Pobres crianças, nem imaginam o perigo que correm!! :P

De uns tempos pra cá chegou pras bandas de Ibirá e Uchoa a lenda urbana do beijo-infeccioso-transmitido-por-necrófilo. Muita gente acreditou nessa lorota (embora não exista nenhuma evidencia concreta de tal fato). Neste pequeno artigo, duas estudantes de Jornalismo da UFG (Lorena Gonçalves e Paula Falcão) contam como essa besteira sem noção surgiu lá pelos lados de Goiânia (sim, começou por lá).
Vocês também podem ler o artigo direto do blog das moças (clicando
aqui). Boa leitura!!


A Lenda do Beijo Infeccioso
Boatos e especulações ganham valor de fatos e ocupam o imaginário dos goianienses



Há um mês uma história fantástica tem se espalhado por Goiânia. O boato conta sobre uma garota que teria se infectado com uma bactéria de cadáveres por meio de um beijo dado em um estranho. Essa é apenas a temática da narrativa, que dadas as circunstâncias informais, ganhou várias versões, que caracterizam um tipo de lenda urbana.As lendas urbanas são histórias de caráter duvidoso e sensacionalista, e que de modo geral, são transmitidas oralmente, e passam a fazer parte do imaginário popular. Na maioria dos casos, as personagens são pessoas não-relacionadas diretamente ao indivíduo que conta a narrativa, o que cria um ciclo vicioso, repleto de especulações, oscilações e contraposições.
O relato mais recente, que tem instigado a curiosidade e o medo nas pessoas é sintetizado no depoimento de Alice Queirós, estudante de biomedicina: “Uma menina foi pra uma festa de uma famosa boate de Goiânia, e influenciada por uma amiga, beijou um rapaz muito bonito. Entretanto, após algumas horas notou feridas no rosto, na região próxima à boca. Preocupada, procurou ajuda médica e descobriu que, por causa do beijo, estava infectada com bactérias que só poderiam ser encontradas em cadáveres. Ao ser acionada, a polícia investigou o caso e descobriu que o rapaz responsável escondia dois corpos em seu apartamento, e praticava sexo com eles. A moça foi internada, e se encontra em estado grave.”Os desdobramentos desse primeiro depoimento são inúmeros. “Fiquei sabendo que ela está internada em estado grave, na UTI”, afirma Geovana Gonçalves, estudante de Biomedicina. “Ela está em coma, em carne viva”, disse Weilly Lino, universitário. Já Bruna Lemes, estudante de ensino médio afirma que a infecção foi fatal. “Me informaram que ela morreu”.As versões sobre o rapaz responsável pelo ocorrido também são controversas. Algumas fontes dizem que ele seria um estudante de medicina, que trabalhava no Instituto Médico Legal, IML, e que por isso se contaminou.
Em outra narração o jovem se chamaria Evandro e esconderia cadáveres roubados de cemitérios em seu apartamento. “Ele é necrófilo, ou seja, mantém relações sexuais com cadáveres e teria sido preso, após os policiais terem encontrado os corpos de duas mulheres em sua casa. Um estava no guarda-roupa, e o outro que ele mais gostava, estava na geladeira”, afirma Caroline Ribeiro, universitária.
No entanto, os boletins policiais das últimas semanas revelam que não houve caso de algum rapaz preso por violação de cadáver, ou assassinato, cuja história se encaixe com os parâmetros divulgados no boca-a-boca. "Conversei com colegas, inclusive da delegacia de homicídios e constatei que não há registros sobre o caso", afimou Rander Gomes de Deus, delegado federal aposentado.
Os hospitais listados pelas pessoas nos relatos revelaram que não houve qualquer paciente que se enquadrasse com o episódio descrito. Nádia Chuc, uma das médicas responsáveis pela UTI do Hospital de Doenças Tropicais de Goiânia (HDT), afirmou que a garota não estava internada na instituição e considerou que a história “é até engraçada, de tão absurda! É um caso a ser estudado pela psiquiatria!”. Nádia afirmou ainda que é comum fofocas assim serem espalhadas pelos corredores de hospitais.Apesar de o fato ser conhecido amplamente na cidade, a história não foi noticiada, ou confirmada por qualquer veículo de comunicação. A TV Anhanguera e o jornal o Diário da Manhã, citados em alguns dos relatos, negaram terem noticiado qualquer acontecimento similar. Muitas declarações, no entanto, dizem que as famílias envolvidas são influentes e que a contenção da notícia ocorre para evitar constrangimentos para a vítima. “Ouvi dizer que a menina infectada é filha de um delegado, por isso estão escondendo da mídia”, afirmou Alice Queirós.
Pessoas que conheceram a história relatam que a possível fonte inicial seria uma professora de Anatomia da Universidade Federal de Goiás, que teria tido contato direto com a jovem infectada, em um hospital. Todavia, a professora responsável pela disciplina na instituição informou que não tem conhecimento do assunto.
Apesar das especulações, a narrativa carrega verossimilhança. Existem doenças transmissíveis por meio do beijo, desde a simples “Doença do Beijo”, causada pelo vírus Epstein-Barr e que simula uma gripe; até doenças sexualmente transmissíveis, como gonorréia e sífilis. A necrofilia também é uma realidade. Há vários casos de pessoas que se envolvem sexualmente com cadáveres, como o ocorrido em 2005, em Coxim – Mato Grosso do Sul, no qual um homem foi preso por violar um túmulo de uma mulher recém-falecida.
Além disso, existe uma bactéria com características compatíveis com as relatadas, mas que não se relaciona com cadáveres: a vibrio vulnificus. É um microorganismo que provoca infecções em feridas. Pessoas com problemas hepáticos ou imunodeficiência estão sujeitas às infecções mais graves. Nesses casos a infecção pode levar rapidamente a morte. A bactéria é natural de ambientes e espécies marinhos. Não há dados disponíveis sobre a freqüência da patologia no Brasil.
Lendas Urbanas
As lendas urbanas têm sido abordadas nos novos meios de comunicação, como em correntes da internet, jornalismo online, e pela televisão, principalmente em programas vespertinos diários e dominicais. Nos programas de TV, os quadros consistem na dramatização da narrativa, e tratam o caso como se fosse verídico. São episódios que descrevem histórias bastante conhecidas, como: O Trem Fantasma, O Roubo do Rim, O Homem do Saco e a Bruxa do Espelho.
Apesar de a repercussão atual ser massificada e automática, lendas antigas permanecem em voga, como “A Loira do Banheiro”. A estudante de agronomia, Laís Santiago afirma conhecer a velha história que costumava ocupar o tempo do recreio na escola. A aparição da figura sombria exigia a realização de um ritual “Eu e minhas amigas costumávamos ir ao banheiro e dar várias descargas, abrir e fechar a torneira e bater a porta. Quando teoricamente a loira iria aparecer saíamos correndo e gritando”, diz a estudante.

domingo, 14 de junho de 2009

1ºCOL; 1ºBI- Viva a experiência de ser um naufrago!!

Imagem do jogo Stranded II (clique para ampliar)

Alguns alunos gostaram bastante das aulas envolvendo Robinson Crusoé e das reflexões envolvendo estar perdido numa ilha deserta. Que tal expandir a experiência??

Segue abaixo uma lista de jogos (gratuitos e pagos) que permitem você experimentar virtualmente a sensação de ser um naufrago perdido em uma ilha. Mãos a obra!!

Ahh...Para baixar (ou ser direcionado ao site com mais informações), clique no nome do jogo. Caso queira mais informação e ajuda para o jogo, o bom e velho google ajudará você (você pode até descobrir códigos que possibilitem trapaça no jogo – assim você jogará que nem os alunos que achavam uma boa idéia esperar milagres :P)

Jogos gratuitos

Stranded II – jogo em primeira pessoa (você não vê seu personagem, mas vê com os “olhos” dele). Aparenta ser razoavelmente realista. Em 3D, com bons gráficos, versões MOD e ilhas extras pra baixar. Recomendável o mínimo de conhecimento de inglês pra se poder jogar.

Schiffbruch 1.0 – joguinho mais antigo, mas também enfocado no realismo. Os gráficos não são bonitos como no anterior, mas em compensação o conhecimento sobre a língua inglesa não precisa ser tão bom.

Jogos pagos ($$$)

Lost Island - Surviving 1.0.3 – jogo de sobrevivência com gráficos bacaninhas e aparentemente realista. Já tinham disponibilizado o jogo completo e gratuito, mas (vai saber porquê) não se acha mais na net...

The Sims 2 – Histórias de Náufragos – Mais uma expansão da milionária série “The Sims”. Jogo caprichado, mas com enfoque pouco realista.

The Sims 2 Náufrago versão para celular e smartphones do mesmo jogo citado acima (joguem na minha aula e ficarão sem celular por uns dias :P).

Virtual Villagers 3: The Secret City – jogo quase nada realista sobre a vida numa ilha deserta (postei aqui por uma questão de democracia).

Wonderland Online 2.0.3 – RPG on-line menos realista ainda que o de cima (sim, democracia as vezes é uma droga :P).

Outros

Johnny Castaway Screen Saver – não é jogo e também não é realista, mas é um screen saver divertido pra dedéu (e é di grátis).

quinta-feira, 11 de junho de 2009

3ºCOL – Janaina

Vocês conhecem a Janaina? Não?! Como não?! É claro que conhecem. Devem conhecer dúzias delas. Talvez seja até você (mesmo que você não soubesse disso até o momento).
Abaixo segue a musica pra quem quer ouvir, acompanhada da letra pra você acompanhar.

Eu realmente gosto dessa música. Não apenas pelo lado “sociológico” dela, mas também por motivos artísticos. Vou dar um tempo para vocês comentarem impressões sobre a música; depois pretendo completar esse post com uma pequena analise dela. Por hora, dêem o PLAY e escutem!

Biquini Cavadão - Janaina


JANAINA - Biquini Cavadão
Janaina acorda todo dia às quatro e meia
E já na hora de ir pra cama, Janaina pensa
Que o dia não passou
Que nada aconteceu
Janaina é passageira
Passa as horas do seu dia em trens lotados
Filas de supermercados, bancos e repartições
Que repartem sua vida
Mas ela diz
Que apesar de tudo ela tem sonhos
Mas ela diz
Que um dia a gente há de ser feliz
Ela diz
Que apesar de tudo ela tem sonhos
Ela diz
Que um dia a gente há de ser feliz
Se Deus quiser.....Janaina é beleza de gestos, abraços,
Mãos, dedos, anéis e labios
Dentes e sorriso solto
Que escapam do seu rosto
Janaina é só lembrança de amores guardados
Hoje é apenas mais uma pessoa
Que tem medo do futuro- que aconteceu ? -
Se alimenta do passado
Mas ela diz
Que apesar de tudo ela tem sonhos
Mas ela diz
Que um dia a gente há de ser feliz
Diz
Que apesar de tudo ela tem sonhos
Ela diz
Que um dia a gente há de ser feliz
Se Deus quiser.....Já não imagina
Quantos anos tem
Já na iminência
De outro aniversário
Janaina acorda todo dia às quatro e meia
Já na hora de ir pra cama, Janaina pensa
Que o dia não passou
Que nada aconteceu

1ºCOL; 3ºCOL; 1ºBI - Ilha das Flores

quarta-feira, 10 de junho de 2009

2ºCOL; 1ºBI – Uma breve história do Jeans

Sim, era calça de peão :P

Imagino que a questão da apostila envolvendo o jeans (bem como minha explicação sobre sua origem) deva ter despertado a curiosidade de bastante gente. Para aqueles que querem saber um pouco mais sobre o tema, segue a cópia de um pequeno artigo publicado no site Portais da Moda sobre a história do mesmo. Você também pode ler o artigo direto de lá, bastando clicar aqui.
NOTA: tem mais coisa na internet sobre o tema, se quiser saber mais ainda sobre o tema, basta pesquisar um pouco.



A Historia do Jeans
Por: Manuela Casali Cordeiro e Jaqueline deFreitas Hoffmann

Durante o século XIX, acontecia nos Estados Unidos a corrida pelo ouro. Os mineradores trabalhavam incessantemente, sujeitos a todo tipo de situação, e precisavam de roupas que fossem resistentes o suficiente para o trabalho pesado nas minas. Em 1853, o jovem Levi Strauss, um judeu alemão, foi ao velho oeste americano vender lona para cobrir as carroças dos mineradores, mas devido à saturação do mercado, seus produtos começaram a se acumular nas prateleiras. Ao observar o trabalho dos mineradores, percebeu que suas roupas não resistiam ao trabalho pesado, e que eles necessitavam de algo mais durável para a atividade que exerciam. Ao notar o que acontecia, sem perder tempo, Levi Strauss levou um dos trabalhadores a um alfaiate, e com o tecido que não conseguia vender, confeccionou uma calça para ele, na cor marrom.
Logo, as calças feitas com a lona se espalharam entre os mineradores. No entanto, esse material era muito rígido e desconfortável, o que fez Strauss buscar um tecido de igual resistência, porém, mais flexível. O tecido de algodão sarjado, uma espécie de brim, vinha da região de Nîmes, na França e era utilizado pelos marinheiros genoveses. Do seu local de origem, veio o nome denim, “de Nîmes”. A cor azul do tecido veio só depois, quando Levi Strauss decidiu tingir as peças com o corante de uma planta chamada Indigus, dando a cor pela qual o jeans é hoje conhecido. Em parceria com seus irmãos e cunhados fundou a Levi Strauss & Co.
Em 1872, o então fabricante de capas para eqüinos, Jacob Davis, escreveu uma carta para Strauss, dizendo que, com o tempo e o peso das pepitas de ouro, os bolsos das calças dos mineradores começavam a cair. Propôs, então, uma solução: unir os bolsos às calças com o mesmo tipo de rebite de metal que se utilizava nas correias dos cavalos. Entretanto, Davis queria a patente da idéia, que foi paga for Strauss. A partir daí, os dois se juntaram em uma próspera sociedade na produção das calças de denim.
O primeiro lote de calças tinha como código o número 501, que nomeou o clássico e mais famoso modelo da Levi’s. Aos poucos, as calças jeans foram sendo aprimoradas. Em 1860 foram adicionados os botões de metal. Em 1886, veio a etiqueta de couro presa ao cós da calça. A cor índigo, pela qual o jeans é conhecido hoje, só apareceu por volta de 1890. Foi mais uma estratégia de Strauss para transformar a sua criação em uma peça mais atraente. Os bolsos traseiros só foram inseridos em 1910.
O jeans começou a se popularizar na década de 30, quando, usado pelos cowboys norte-americanos, quando apareceu em filmes que retratavam o clima western, que se tornou moda. Durante a Segunda Guerra Mundial, os soldados norte-americanos usavam uniformes confeccionados com o tecido, dando ao denim uma imagem de virilidade. Após a vitória dos Aliados, o jeans se espalhou pelo continente Europeu.
O denim atravessou o século XX, se transformando no artigo de moda mais democrático e popular existente. Na década de 40, os cowboys do asfalto montavam suas motos Harley-Davidson trajando o jeans. Mas foi na década de 50 que o jeans se transformou em símbolo de rebeldia, quando, no filme Juventude Transviada, o ator James Dean, no papel do jovem e rebelde Jim Stark, apareceu usando a combinação clássica: calça jeans e camiseta branca. Além de Dean, Marlon Brando e Elvis Presley contribuíram para que o artigo se disseminasse entre os jovens da época, que teve sua imagem intrinsecamente ao rock. A imagem rebelde do jeans se tornou tão forte, que o traje passou a ser proibido nas escolas e em lugares como cinemas e restaurantes. Logo depois, novas modelos, como Marylin Monroe, usavam o jeans com um apelo sensual.
Depois de James Dean e Marlon Brando, vieram os Beatles, Bob Dylan e Jimi Hendrix, e o jeans continuou se colocando como peça principal do visual jovem. Na década de 70, com a guerra do Vietnã, surgia um novo grupo, cujos ideais eram baseados na busca pela paz. Os hippies americanos adotaram o jeans como peça essencial do visual largado, e mais uma vez ele se tornou parte de uma cultura jovem. Foram os hippies que introduziram a idéia de customização das peças, feita por meios artesanais, que logo entrou em processos industriais. Ele havia entrado de vez para o vestuário, como uma peça funcional e barata, sempre ligado a um símbolo de juventude. Na mesma época o jeans inicia sua globalização e s insere na indústria européia, que transformou a aprimorou o design e o acabamento, se tornando grande referência na produção do artigo na indústria da moda. Levi’s, Lee e Mustang se consagravam como marcas de grande nome no segmento.
A primeira vez que o jeans subiu nas passarelas foi ainda nos anos 70, durante uma apresentação de Calvin Klein. O estilista foi bastante criticado pelos mais conservadores, que não imaginavam o que se tornaria aquele artigo. A campanha publicitária da grife colocava a jovem Brooke Shields trajando uma calça jeans, e então, a seguinte frase: “Você sabe o que há entre mim e a minha Calvin? Nada”.Desde então, a Clavin Klein estabelece campanhas ousadas e polêmicas. Aos poucos, muitos estilistas importantes adotaram o jeans, por perceberem que se tratava de uma peça simples e de expressão. Na década de 80, as pessoas começaram a desejar mais criatividade na hora de se vestir, e o jeans havia se consolidado como uma peça de estilo autêntico, se fortalecendo como moda casual.
O jeans atravessou o século XX sofrendo incessantes transformações, resistindo às tendências e modismos, propagando estilos e comportamentos e se tornando o maior fenômeno já visto na história da moda, um acontecimento sem precedentes. O jeans transcende a moda, e talvez já não possa ser denominado como tal; está acima dela, pois, embora sofra alterações ao longo do tempo, ele permanece, vestindo homens, mulheres e crianças, há 150 anos.
Resistente, porém nada confortáveis!
Por ser uma peça usada principalmente por trabalhadores braçais o jeans (que na época nem era chamado dessa forma) não era lá muito confortável. As calças produzidas nesse material eram resistentes, no entanto, não possuíam nenhum atrativo adicional para os clientes, não tinham estilo, conforto ou beleza.
De olho no mercado crescente, Strauss novamente resolveu procurar um novo tecido tão resistente quanto a lona, mas mais maleável. Assim, foi a Nîmes, na França, e voltou com um tecido semelhante a uma sarja bem trançada, de algodão. As pessoas o conheciam como “aquele tecido de Nîmes”, que após anos sendo pronunciado de forma errada se tornou Denim.
Mas afinal por que Jean?
Os marinheiros genoveses chamavam suas calças de trabalho de “genes” que era uma espécie de abreviação de Genova, cidade portuária italiana. E ao falar “Genes”, com o forte sotaque italiano, acabou se tornando “jeans” e assim se espalhou pelo mundo.
Inovações no design
Em 1872, Jacob Davis, um fabricante de capas para eqüinos, escreveu a Levis falando que os usuários estavam tendo problemas com os bolsos das calças, que invariavelmente soltava conforme o uso. E apontava uma solução: prender os bolsos com os mesmos rebites que eram usados nas correias para cavalos. A idéia não saiu de graça, e a partir de então Davis se tornaria sócio de Strauss.
O primeiro modelo com essa inovação recebeu o código 501, originando dessa forma o nome do mais famoso modelo da Levi´s. Aos poucos outros detalhes foram sendo incorporados a peça como os botões metálicos (a partir de 1860) , os pespontos em cor laranja e a etiqueta em couro no cós ( em 1886). Já a cor índigo, provavelmente a característica principal do jeans, apareceria apenas em 1890. A idéia viria de Strauss, que provavelmente pensando no apelo visual que uma cor diferenciada daria a suas peças, resolveu tingir o brim cru com o corante forte proveniente de uma plantinha indiana capaz de dar ao tecido um tom natural. Esse corante dava uma cor inicialmente verde as peças, mas com a exposição ao sol se tornava azul, cor que ficaria conhecida universalmente como “Indigo Azul”.
Antes dos anos 80 o jeans ainda era muito desconfortável, pois chegavam ao consumidos sem nenhuma lavagem e engomado. Esse desconforto só desaparecia após algumas lavagens domésticas.
Foi justamente nessa época que as lavanderias industriais surgiram, e essas passaram a ser responsável por desengomarem e amaciam o Jeans proporcionando um toque diferenciado. Com a criação do “stone wash”, nome conferido ao uso de pedras no processo, as calças passaram a ter um efeito envelhecido, permitindo assim criar vários tons de azul. Jeans claros e escuros, pela primeira vez, andavam lado a lado nas ruas.
Passou-se a época que o jeans era apenas encontrado em variações de azul.A tecnologia no tratamento do jeans não para de evoluir e atualmente o tecido não é mais trabalhado na lavanderia apenas na estonagem. Pode-se também dar a ele vários aspectos como efeito marmorizado, desbote em negativo, dirty (manchados), destroyed (destruídos), delavê (esbranquiçado), used (usado), e até imitar madeira e pele de animal.
O Jeans nunca esteve tão na moda e tão versátil como agora. E se nossos objetos pudessem falar, concerteza o nosso querido jeans seria o que mais teria histórias para contar. Afinal durante os 158 anos de sua existência ele passou por várias transformações de formas e significados. Já foi roupa de minerador, operário, soldado, rebelde, e hoje é usada por todos sem distinção de classe social ou idade.
Agora jeans é também sinônimo de Brasil!
Lá fora nosso jeans está sendo chamado de “milagroso” pelas revistas de moda. E esse milagre, segundo admiradores internacionais, é que alem de um bem cortado ele arrebita o bumbum. Comparado ao Wonderbra, sutiã inglês que ficou conhecido por combater a lei da gravidade, seria agora o jeans brasileiro o Wondebra do bumbum.
A explosão do nosso jeans se deve as famosas que procuram a sensualidade, a valorização do corpo e o ajuste perfeito das calças aqui produzidas. Artista como Alanis Morissette, Christina Aguilera, Meg Ryan, Jennifer Lopez e Britney Spears foram as primeiras a circular com marcas brasileiras como a Gang, Forum, Zoomp, Ellus e M Officer no exterior.
O jeans brasileiro ficou reconhecido pela invenção da cintua baixa (perfeita para o corpo das brasileiras) e pelo índigo com tactel, que deixa a calça 30% mais leve. O corte que arrebita a bunda tem uma explicação técnica: pó ser mais alto atrás e nas laterais, muito mais baixo na frente, ajusta-se melhor nos quadris, caimento produzido só por nós.
Mas, não é somente nossas peças prontas que fazem sucesso lá fora.O Brasil já é o maior produtor de tecido jeans do mundo e produz em média 25 milhões de metros por mês. Não é a toa que grandes empresas nacionais estão investindo forte em inovação, produção e exportação. Junte a isso a criatividade dos estilistas brasileiros e a já consagrada sensualidade brasileira e temos o Brasil como referencia internacional em jeanswear.
Todo esse investimento deu as empresas brasileiras o status de fornecedora das grifes mais famosas do mundo como a Zara, Calvin Klein, Miss Sixty, Replay, quase todas usam o denim produzido aqui.
Uniforme usado todos os dias, o jeans é também usado como termômetro para medir o crescimento econômico da população brasileira, pois o aumnto do consumo de roupas jeans é reflexo do crescimento do país. Se o nosso denim já tinha orgulho de ser brasileiro, agora a terra dos Tupiniquins também pode afirmar que é o pais do samba, do futebol e do Jeans!

sábado, 6 de junho de 2009

2ºCOL; 1ºBI - Aculturação e Assimilação: Culinária Japonesa

Isso que eu chamo de aculturação EXTREME :P

Esse artigo da revista “Aventuras na História” casa muito bem com o conteúdo estudado no primeiro bimestre dos Segundos Colegiais; principalmente no que tange os assuntos aculturação e assimilação.
Foi publicado na edição 55 da revista (fevereiro de 2008), e está disponível também no site oficial da mesma (se quiser ler direto de lá, clique aqui). Boa leitura!!

Uma saborosa tradição, né?
Há mil anos, a culinária japonesa era apenas uma cópia do que se fazia na China e na Coréia. Saiba como ela se transformou numa arte sofisticada - e como os imigrantes a trouxeram para o Brasil
por Flávia Pinho

Quando a primeira leva de imigrantes japoneses desembarcou no Brasil, em 1908, trouxe um punhado de hábitos esquisitos. Imagine a cara dos caboclos paulistas diante da cena de pessoas comendo com o hashi (aquelas duas varetas usadas para levar o alimento à boca). Um século depois, algumas das tais esquisitices orientais acabariam integradas ao dia-a-dia dos brasileiros. Comer com pauzinhos virou moda até em lanchonetes e palavras como sushi e sashimi já fazem parte do vocabulário por aqui.
O que pouca gente sabe é que a comida japonesa que conhecemos é bastante moderna em relação à história milenar do Japão. Até o século 10, praticamente tudo o que se comia no país, como o arroz e o macarrão, era preparado de acordo com os costumes dos vizinhos, principalmente chineses – a grande potência da época – e coreanos. Foi nos séculos seguintes que as influências estrangeiras passaram a ser transformadas e adaptadas às condições e preferências locais. Nascia, finalmente, a autêntica gastronomia japonesa.

O grão e o pescado
Embora o peixe cru seja apontado com freqüência como a mais perfeita tradução da culinária japonesa, ele demorou bastante a ganhar espaço no prato. A base de tudo foi o arroz. Desde o século 3 a.C., o Japão cultiva regularmente esse grão em campos alagados. Foi em função dele que a sociedade rural japonesa se formou e que a economia do país se estruturou – no fim do século 19, os impostos nipônicos ainda eram pagos em arroz. Até hoje esse alimento, que deu origem a tantos rituais e cerimônias, simboliza a bonança e a fartura. “A refeição tem duas categorias de comida, o arroz e os outros pratos. Naturalmente, é melhor que ambos sejam deliciosos, mas se for preciso decidir qual terá prioridade, a tradição manda que seja o arroz”, diz o antropólogo japonês Naomici Ishige no livro The History and Culture of Japanese Food (“A história e a cultura da comida japonesa”, inédito no Brasil).
Não é de estranhar que a existência ou não de arroz por perto tenha pautado também a emigração. Os japoneses que deixaram o país no século 20 em busca de melhores condições de vida podiam até abrir mão da convivência com a família. Mas viver sem arroz era pedir demais. “As colônias japonesas que inicialmente se fixaram no norte da Bahia e em Pernambuco, onde não havia a tradição de plantar arroz, acabaram se mudando para São Paulo”, afirma Koichi Mori, professor do Departamento de Letras Orientais da Universidade de São Paulo e autor de uma pesquisa sobre a culinária dos imigrantes japoneses. Como a espécie encontrada aqui era o popular tipo agulha, bem diferente da variedade que fazia sucesso no Japão, o jeito foi improvisar. “Os imigrantes passaram a prepará-lo à moda japonesa, sem qualquer tempero”, diz Mori.
Formado por um arquipélago, o Japão tem uma costa bastante extensa. E, por ser um ponto onde as correntes marítimas quentes do Sul se encontram com as águas frias do Norte, ela permite a existência de uma variedade enorme de peixes. Não por acaso, o japonês ainda é o povo que mais come peixe no mundo. E, além das condições naturais, há outro fator para a consolidação desse hábito alimentar: a religião. “O tabu de comer carne de mamíferos, originário do budismo, colocou o peixe na posição de principal alimento animal por muitos anos, e sem dúvida foi responsável por fazer do Japão a nação de amantes de peixe que é hoje”, escreve Naomici Ishige.
Mas, se o hábito de comer peixe é antigo, o pescado raramente chegava fresco às mesas do antigo Japão. Durante séculos, versões fermentadas em sal, algumas intragáveis para o nosso paladar, foram desenvolvidas como forma de preservar grandes quantidades de peixe após o fim da temporada de pesca. Em algumas dessas técnicas de conservação, caso do shiokara, o peixe era reduzido a uma pasta. Em outras, como o milenar narezushi, o pescado, misturado a arroz cozido, permanecia inteiro por um ano ou mais dentro de potes lacrados. A palavra “sushi” originalmente se referia a esse tipo de peixe longamente fermentado.
Só muito tempo depois, mais precisamente no fim século 17, uma nova receita começaria a aproximar o sushi da versão que comemos hoje. Consistia de uma combinação de arroz e peixe com sabor ácido causado pela adição de vinagre. Mais tarde, no século 19, esse novo sushi tornou-se popular nas ruas da atual Tóquio com o nome de nigiri-zushi. “Foi o estágio final na transformação do sushi de alimento preservado em fast food”, afirma Ishige.
O sashimi contemporâneo também é bem diferente do original. No século 8, textos já citavam uma receita chamada namasu: fatias de peixe cru eram servidas num molho feito de vinagre e missô (pasta de soja). O peixe já vinha misturado ao molho e ninguém reparava se tinha sido bem ou mal cortado. Só no século 15 o japonês passou a preparar o sashimi como faz hoje: peixe cru fatiado com maestria, para que o chef possa exibir toda sua habilidade de cortar e arrumar o peixe.
Para manter o costume de comer peixe, os imigrantes que chegaram ao Brasil em 1908 tiveram que aceitar algumas modificações. Como as colônias se estabeleceram nas plantações de café do interior de São Paulo, a quilômetros do mar, os únicos pescados disponíveis eram bacalhau salgado e sardinha em conserva. “Eles assavam um pouquinho e comiam com arroz, mas logo começaram a se encaminhar para Santos, na direção do litoral”, afirma o professor Mori. Enquanto isso, hábitos brasileiros, como o desjejum à base de café e pão, foram sendo assimilados.

As visitas e o chá
A partir do século 15, quando o comércio com outros países cresceu, uma enxurrada de novos sabores vindos do Ocidente (entre eles a abóbora e a pimenta) tomou conta do Japão. O açúcar, que antes era importado da China como medicamento, passou a ser comprado em grandes quantidades e, finalmente, produzido internamente. Em pouco tempo, receitas de bolos e doces desenvolvidas na Europa começaram a circular nas cozinhas japonesas, com uma ou outra modificação local.
No século 16, os navegantes portugueses e espanhóis trouxeram ainda mais novidades em seus navios. E acabaram por deixar marcas definitivas na culinária japonesa, principalmente nos textos dos menus. A palavra “tempura”, que dá nome a uma receita com alimentos empanados, por exemplo, muito provavelmente vem do português. “Há várias teorias da etimologia portuguesa. Uma aponta para a palavra tempero”, diz Ishige. E tem mais. O hikado, prato feito de atum em cubos, rabanete, cenoura e batata-doce cozidos com molho shoyu, vem do português “picado”. E algumas das guloseimas mais conhecidas do japonês também têm nomes portugueses, como konpeitô (confeito) e karumera (caramelo).
Na gastronomia japonesa, o século 16 também foi marcado por outro divisor de águas, a criação da cerimônia do chá. Inventado pelo monge zen Sen no Rikyû (1522-1591), o ritual mudaria para sempre os hábitos do japonês à mesa. No início, as reuniões para o chá eram cheias de ostentação. Rikyû criou regras em que prevaleciam a simplicidade e a eliminação do supérfluo. Logo essas características saíram do ato de tomar chá e se transmitiram para as refeições como um todo.
Banquetes extravagantes, por exemplo, foram banidos do Japão. “Os pratos do jantar medieval eram inteiramente cobertos de comida, empilhada simetricamente”, escreve Ishige. Com o ritual do chá, o alimento ganhou outro visual. “Passou a ser arrumado com cautela, valorizando a beleza dos espaços vazios, um princípio que sobrevive hoje como a base da estética da cozinha japonesa.”

Cozinha fechada
Se o século 16 foi de portas abertas às influências estrangeiras, o período a seguir seria de isolamento. Durante o período Edo (ou Tokugawa), entre 1603 e 1867, o Japão foi dominado pelos líderes militares conhecidos como xoguns. Eles baniram o cristianismo e expulsaram os estrangeiros do país, fechando as fronteiras para o comércio internacional. Foi quando se consolidou a gastronomia do Japão. “Esse período assistiu ao surgimento do que são hoje considerados os valores supremos da culinária tradicional japonesa”, afirma Ishige. “A maioria dos pratos tradicionais comidos hoje data desse período de reclusão.” Hábitos refinados, nascidos e aprimorados nas cozinhas da aristocracia, foram gradualmente chegando a outros níveis da sociedade. Nesse tempo também surgiram os primeiros restaurantes japoneses.
A partir de 1853, os Estados Unidos começaram a pressionar pela reabertura do Japão ao comércio internacional. Em 1868, com a Restauração Meiji (que tirou o poder dos xoguns e o devolveu à família real), os japoneses redescobriram o mundo. Ingredientes até então tidos como exóticos, como a carne bovina e o leite, entraram na dieta cotidiana. Utensílios e móveis ocidentais, como os talheres e a mesa de jantar, foram gradativamente incorporados. E até o sushi ganhou versões moderninhas, enroladas em algas (nori), com direito a frutas e outros ingredientes coloridos.
O período de modernização coincidiu com a criação de regras de etiqueta que, ainda hoje, são respeitadas em ocasiões formais. “As normas mais rígidas prevaleceram até a Segunda Guerra, em todas as classes sociais”, diz Luci Fujimoto, especialista em etiqueta. No presente, a rigidez não é tanta e os encontros entre amigos são tão descontraídos quanto uma happy hour à brasileira. Mas, antes de se sentar à mesa com um autêntico japonês, vale a pena aprender a usar o o-hashi de maneira correta. Ou você vai pagar um mico milenar.

EXTRAS E CURIOSIDADES:

Um ritual, várias receitas
Veja uma típica refeição familiar da elite japonesa durante o período Edo (entre 1603 e 1867)

- No século 16, quando o tempurá surgiu, frito por imersão, desafiou a tradição japonesa de ausência de gordura na comida. Mas, em meados do século 19, sob influência ocidental, os japoneses passaram a apreciar receitas do gênero.

- Até hoje, é comum que cada membro da família tenha sua própria tigela de cerâmica. Elas sempre foram mais usadas que os pratos, pois facilitam o uso do o-hashi, especialmente no caso do arroz.

-Não havia sala de jantar. As mesas portáteis permitiam que a refeição fosse feita em qualquer cômodo, mas sempre seguindo a hierarquia. O chefe de família ficava no lugar de honra e os empregados do lado oposto.

-O macarrão conquistou o Japão a partir do século 7. Era feito e cortado em tiras por hábeis fazendeiros. No século 16, o udon, longo e oco, tornou-se bastante popular. Quase toda casa tinha uma mesa de pedra para seu preparo.

-O chá se disseminou no Japão no século 14. Um abade chamado Eisai foi convocado para curar a ressaca do shogun Sanetomo. Ele indicou a bebida como remédio. Funcionou – graças ao efeito da então desconhecida cafeína.

- As mesas baixas individuais surgiram no século 8. Em refeições com vários pratos, cada pessoa usava duas ou mais delas, sentada sobre uma almofada. No período Edo, um jantar de primeira classe tinha cinco mesas.
Dá uma proteína aíO primeiro relato a respeito do tofu, uma espécie de queijo de soja, é de 1183: proibidos de comer carne, os monges tinham nele uma fonte de proteína. A técnica de fabricação foi trazida da China.

Dois pauzinhos
Conheça melhor as varetas que servem de talheres

Manipular as hastes do o-hashi com habilidade é uma questão de honra – usado desde o século 8, o acessório foi privilégio da nobreza durante séculos. “Ele não deve ser mantido na boca, usado para empurrar objetos sobre a mesa ou apontar na direção de pessoas e muito menos espetado dentro das tigelas de arroz – este ritual é realizado quando morre alguém”, diz Luci Kinue Fujimoto, especialista em etiqueta japonesa. Uma regra básica: só a vareta de cima se move.

Precioso líquido
O molho de soja brasileiro é bem diferente do japonês
“A cozinha japonesa não é possível sem shoyu”, afirma o antropólogo japonês Naomici Ishige. Feito de soja, escuro e bem salgado, o molho de soja foi criado por volta do século 16. Já o missô, versão mais pastosa do molho, é mais antigo (do século 8), mas não tão famoso. Ambos sempre foram usados como tempero, adicionados ao peixe e aos vegetais, ou ainda dissolvidos em vinagre. No século 18, porém, o missô passou a ser usado exclusivamente como sopa – o que ocorre ainda hoje. Até o começo do século 20, toda cidade japonesa tinha sua própria fábrica de shoyu, enquanto o missô costumava ser feito em casa. Os japoneses que se mudaram para o Brasil logo deram um jeito de produzir ambos aqui também. Em 1915, o imigrante Eitaro Kanda inaugurou sua fábrica em Santos, com produção anual de 18 mil litros dos dois produtos. Mas a receita não era fiel à original – foi preciso adaptá-la às matérias-primas disponíveis. “As versões mais comuns eram o shoyu de tamari, fabricado com o soro do missô que ficava no fundo do barril e caramelo, e o shoyu de feijão”, afirma o professor Koichi Mori. Em 1996, o Brasil contava dez fabricantes de shoyu. E, curiosamente, o molho produzido aqui ainda é bem diferente do japonês. “Enquanto o original leva soja, trigo e sal, o brasileiro trocou o trigo por uma mistura de milho, melaço de cana e glutamato. O resultado é um produto mais salgado, que no Japão é considerado molho inglês”, diz Mori.

Cenário culinário
Fique por dentro de uma cozinha do Japão medieval

-No Japão da Idade Média, surgiu uma panela exclusiva para o preparo do arroz: a kamado. Funda, era feita de ferro e trazia uma pesada tampa de madeira – o que a transformava numa precursora da panela de pressão. Era encaixada no fogão a lenha e seu desenho bojudo fazia com que o calor se concentrasse no fundo, impedindo que a água caísse no fogo mesmo quando a tampa era levantada.

-Se os alimentos são comidos com pauzinhos, tê-los bem cortados é crucial. O manuseio das facas, chamadas de hôchô, foi bastante aprimorado no período Heian (794-1192), quando os anfitriões demonstravam sua habilidade com lâminas para distrair os convidados. Nos restaurantes do Japão, o conjunto de facas não é do estabelecimento, mas do chef – há um modelo para cada finalidade.

Kampai!
Beber saquê envolve um ritual cuidadoso

Para um japonês, o saquê não é uma mera bebida. É um nobre alimento líquido. Ele já era fabricado artesanalmente no Japão, a partir de arroz triturado exclusivamente por mãos femininas, no século 8. Duzentos anos depois, cerca de 15 tipos de saquê eram produzidos para a corte japonesa. Os banquetes oficiais eram divididos entre o momento de comer e o de beber – depois de tudo, se servia o saquê. Hoje, entretanto, ele costuma chegar à mesa primeiro. Depois vem a comida e, por último, o chá verde. “Por ser uma espécie de vinho de arroz, o japonês encara o saquê e o arroz como a mesma coisa e evita ter os dois juntos na boca”, diz o antropólogo japonês Naomici Ishige. As regras de etiqueta com o copo são rígidas. É proibido, por exemplo, inclinar o corpo em direção ao copo e, nas ocasiões formais, convém segurá-lo com as duas mãos. “Para o oriental, beber saquê é um gesto nobre que deve ser reverenciado”, ensina Luci Kinue Fujimoto, especialista em etiqueta japonesa. Um pouco mais descontraído é o brinde. Nesse momento, vale usar só uma das mãos e dizer kampai – que significa “saúde”.

Saiba mais:
Livro
The History and Culture of Japanese Food, Naomici Ishige, Kegan Paul, 2001
Conta, com muitos detalhes, a trajetória da cozinha japonesa – da pré-história até os dias de hoje.

1ºCOL; 1ºBI- LINCHAMENTO

(Arte by Baptistão)


Para aqueles que querem saber um pouco mais sobre o assunto, o blog posta na integra a entrevista com o Sociólogo (que consta resumida na apostila do 1º Col do 1º Bimestre) sobre o tema linchamento. Aqueles que preferirem podem visualizar o texto no próprio site do Jornal “Estado de São Paulo”, clicando aqui. Boa leitura!!

QUINHENTOS MIL CONTRA UM -Linchamento é fruto de um Estado débil. No ranking do horror, São Paulo, Salvador e Rio lideram

POR: Flávia Tavares - O Estado de S.Paul




SÃO PAULO - No fim de semana passado, três homens suspeitos de roubo foram linchados na periferia de Salvador. No sábado, Emílio Oliveira Silva e Michael Santa Izabel, acusados de saquear residências da vizinhança, foram linchados por mais de 30 pessoas. Emílio foi morto a pauladas. Domingo, a vítima foi um homem de identidade desconhecida. Ele também foi perseguido por mais de 30 moradores, que o acusavam de roubar uma TV. Morreu no local, a 200 metros de onde Emílio e Michael foram atacados. Na noite de segunda-feira, em Ribeirão Preto (SP), o estudante Caio Meneghetti Fleury Lombardi, que invadiu um posto de gasolina, atropelou o frentista Carlos Pereira Silva e tentou fugir, sofreu uma tentativa de linchamento. Por fim, na quinta-feira, um adolescente da Fundação Casa (ex-Febem) foi linchado até a morte por outros internos, em Franco da Rocha (SP).

Foram cinco casos noticiados em 6 dias. Não se trata de uma epidemia - em nosso contexto, é algo normal. José de Souza Martins, sociólogo e colaborador do Aliás, estuda linchamentos há quase 30 anos e documentou 2 mil casos. Ele faz uma estimativa surpreendente: no Brasil, possivelmente o país que mais lincha no mundo, há 3 ou 4 casos por semana. Geralmente, nas periferias das cidades, com São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro à frente.

A análise minuciosa de como se dão essas atrocidades é dolorosa, mas reveladora. Mais de 500 mil brasileiros e brasileiras, incluindo crianças, participaram de linchamentos nos últimos 50 anos - e quase ninguém foi punido. A seqüência de agressões vai do apedrejamento à mutilação. Não é uma questão de pura maldade: é a população agindo, equivocadamente, onde a Justiça não atua.

José de Souza Martins, de 69 anos, professor de sociologia da Faculdade de Filosofia da USP, está lançando dois livros - uma reedição ampliada de Sociabilidade do Homem Simples (Ed. Contexto) e o inédito A Aparição do Demônio na Fábrica (Ed. 34), ambos sobre a cultura operária. Na entrevista a seguir, ele discorre sobre o fenômeno do linchamento, tema que pretende, em breve, transformar em livro.

O Brasil é o país que mais lincha no mundo?

Possivelmente. Isso nos últimos 50 anos, período que minha pesquisa abrange. Não dá para ter certeza, porque linchamento é o tipo de crime inquantificável. Mesmo os americanos, quando tentaram numerar seus casos, tiveram fontes precárias. O linchamento é um crime altruísta, ou seja, um crime social com intenções sociais. O linchador age em nome da sociedade. É um homem de bem que sabe que está cometendo um delito e não quer visibilidade. Por outro lado, no Código Penal brasileiro não existe o crime de linchamento, somente o homicídio. Então, ele não aparece nas estatísticas. Os casos são diluídos. Estimo que aconteçam de 3 a 4 linchamentos no País por semana, na média. São Paulo é a cidade que mais lincha. Depois, vêm Salvador e Rio de Janeiro.

Que análise o senhor faz de um país habituado ao linchamento?

As sociedades lincham quando a estrutura do Estado é débil. Há momentos históricos em que isso acontece. Na França, depois da 2ª Guerra Mundial, quando não havia uma ordem política, havia a tonsura (a raspagem dos cabelos) de mulheres que tiveram relações sexuais com nazistas. Era uma forma de estigmatizar, para que ela ficasse marcada. O linchamento original, nos Estados Unidos, tinha essa característica.

O que configura um linchamento?

É uma forma de punição coletiva contra alguém que desenvolveu uma forma de comportamento anti-social. O anti-social varia de momento para momento e de grupo para grupo. Na França, ter traído a pátria era um motivo para linchar. No caso da Itália, aconteceu o mesmo. No Brasil, é o fato de não termos justiça, pelo menos na percepção das pessoas comuns. Nesse caso do atropelamento de um frentista em Ribeirão Preto, por exemplo, o delegado decidiu inicialmente por crime culposo (depois mudou para doloso). As pessoas que tentaram linchar o rapaz acreditavam que não haveria justiça, já que a pena seria mais leve por conta da atenuante.

Qual o perfil de quem é linchado?

Em geral, é linchado o pobre, mas há várias exceções. Há uma pequena porcentagem superior de negros em relação a brancos. Se um branco e um negro, separadamente, cometem o mesmo crime, a probabilidade de o negro ser linchado é maior.

Que criminoso é mais vulnerável?

O linchado pode ser desde o ladrão de galinha até o estuprador de criança. Sem dúvida, os maiores fatores são os casos de homicídio. Se a vítima do assassino é uma criança ou um jovem, ou se houve violência sexual, os linchamentos são freqüentes. Há muitas ocorrências por causa de roubo, especialmente se o ladrão é contumaz. Acredito que tenha sido o caso dos rapazes em Salvador. A própria população estabelece uma gradação da pena que vai impor ao linchado. Esta é a dimensão de racionalidade num ato irracional.

Como funciona essa gradação?

Um ladrão de galinha vai sair muito machucado - e pode acontecer de ele morrer. Mas o risco de ser queimado é mínimo. Com o estuprador é o contrário. Há também uma escala de durabilidade do ódio. Se um ladrão sobreviver durante 10 minutos de ataque, está salvo. Tem havido muitas tentativas de linchamento em acidentes de trânsito. Mas normalmente a polícia chega logo e evita o ataque.

Mulheres são linchadas?

É raríssimo. Nos 2 mil casos que estudei, há dois ou três em que uma mulher foi a vítima. Agora, há muitas mulheres linchadoras no Brasil. Mulheres e crianças.

Quem são os linchadores no Brasil?

Não há tanto uma divisão de ricos e pobres. De modo geral, os linchamentos são urbanos. Ocorrem em bairros de periferia. Porém, há linchamentos no interior do País, onde quem atua é a classe média. O caso mais emblemático é o de Matupá, no Mato Grosso. O linchamento foi filmado e passado pela televisão, no noticiário. Três sujeitos assaltaram o banco, a população conseguiu linchá-los e queimá-los vivos. Isso foi a classe média. E quando a classe média lincha, a crueldade tende a ser maior, porque ela tem prazer no sofrimento da vítima. O pobre é igualmente radical, porém é mais ritual na execução do linchamento.

Qual é a diferença entre um linchador cruel e um ritual?

No caso de Matupá, por exemplo, o prazer de quem linchou foi ver sofrer. Os três nem sequer cometeram um crime contra a comunidade. Já o pobre lincha quando a condição humana é violada. É uma punição sacrificial da vítima do linchamento pelas vítimas que ele causou. Isso não exclui a crueldade, mas ela é diferente. A idéia, nesses casos, é punir o corpo e a alma. Há um caso no sertão da Bahia, na região de Monte Santo. Um rapaz estupra e mata uma professora da região. Ele é preso num quartel. Naquela noite, uma pequena multidão chega de caminhão ao quartel, rende os soldados, tira o sujeito da cadeia e o leva para o local do crime. No caminho, vão mutilando o rapaz. Chegando lá, ele ainda está vivo, mas é uma pasta. O moço é queimado vivo, que é como a maior parte dos linchamentos acaba no Brasil. Ou seja, ele teve de derramar seu sangue onde foi derramado o sangue de sua vítima.Aparentemente, é um ritual de troca do sangue. Como ele derramou o de uma pessoa inocente, de uma mulher presumivelmente virgem - o que agrava a dimensão simbólica e a sacralidade do corpo violado -, ele foi queimado. Na crença popular, quem morre desfigurado por violência não encontra o caminho da eternidade. O cego, especialmente. Por isso, é comum que arranquem os olhos do linchado.

A característica ritual desses linchamentos é uma invenção brasileira?

Levantei muito material sobre os EUA, onde a cultura é protestante. Lá, o caráter ritual não aparecia. A execução de negros, por exemplo, era sumária, por enforcamento. Inclusive, depois se fotografava o linchado e produziam-se cartões-postais com essas imagens. Era um ato para mostrar quem mandava.

O linchamento já foi usado como pena instituída?

Existe uma tradição antiga de vários países, especialmente asiáticos e árabes, em que a punição para determinados crimes é o linchamento por apedrejamento. Mas reservamos o termo para o início da sociedade moderna, em que surge a figura da multidão "indiferençada". O típico linchamento é na rua. Se há um assalto e alguém grita, forma-se uma multidão que não tem identidade. Quem passa por ali ataca. Não há planejamento.

As pessoas têm consciência do que estão fazendo?

Muitas vezes, não. E há casos comprovados disso. Um rapaz negro foi linchado na periferia do Rio e, quando a polícia chegou, havia uma velhinha da vizinhança, tipo vovozinha, com uma colher tentando arrancar os olhos do rapaz. A polícia teve enorme dificuldade para tirá-la de cima do morto. Foi preciso levá-la para o hospital e medicá-la para que voltasse a si. A multidão passa a ser outro sujeito.

Estamos todos sujeitos a participar de um linchamento?

Se você tem valores bem fundamentados, não vai participar de um linchamento. Ele envolve pessoas cuja referência social é frágil. O problema é que elas são maioria no Brasil. Estima-se que 500 mil brasileiros tenham participado de linchamentos nos últimos 50 anos. Não é um número pequeno.

Como agem os linchadores?

Inicialmente, corre-se atrás do linchado. A vítima sempre corre, mesmo armada. É tudo muito covarde, porque as pessoas não atacam com as mãos. Primeiro, estonteiam a vítima com pauladas e pedradas. Arrastar a pessoa é comum, sempre pelos pés, que é mais uma forma de degradar. O passo seguinte é a mutilação. Em caso de crime sexual, há a castração e, às vezes, ela é seguida por atos ainda mais humilhantes, como o de colocar o pênis do rapaz em sua própria boca. Por fim, queima-se o sujeito, vivo ou morto.

Esse tipo de imagem nos leva àquela velha questão: intrinsecamente, o homem é mau?

Não diria isso. Mas a camada de civilização é muito fina. Tudo o que a gente chama de civilização, esse conjunto de valores, é muito frágil. Basta um acontecimento que rompa essa seda para que o ser humano primitivo que está ali, embutido não de maldade, mas de instintos, venha para fora. Porém, mesmo na reação instintiva, há regras.

Há picos de linchamento no Brasil?

Sim. Pegando os últimos 50 anos, logo após o fim da ditadura militar, o sentimento da população era de que a ordem havia acabado e que tudo era incerto. E esse clima não acabou. Outro pico foi no fim da ditadura de Getúlio Vargas. E há um detalhe interessante. Quarta e quinta-feira são os dias de pico. Em geral, há poucos linchamentos aos domingos e segundas-feiras.

Por quê?

Provavelmente, porque nossos linchamentos são urbanos e, no meio da semana, as pessoas estão no pico do estresse, mais frágeis para resistir à tentação.

Punir quem lincha é uma forma de reprimir os linchamentos?

Quem mata tem que ser punido. Não punir significa estimular. Mas é difícil punir. Há um caso curioso no oeste de Santa Catarina, mais ou menos 20 anos atrás. Um rapaz foi linchado e levou uns 20 dias para morrer. Antes disso, conseguiu identificar 23 linchadores. Eles foram a julgamento. Os jurados absolveram 22 acusados. Só condenaram um: o mais pobre. Ele foi condenado a 7 anos de prisão. É complicado levar a julgamento, porque o júri tende a ter simpatia pelos linchadores.

Há mais casos de pessoas que foram presas por linchamento?

Sim, mas só um caso de condenação efetiva que eu conheça.

O fato de o linchamento não ser tipificado altera os números de violência no Brasil?

O número de assassinatos e tentativas de assassinato que não ocorrem por meio de linchamento é muito maior do que os que são provocados por linchamento. Então, isso não afeta significativamente os números de violência. Afeta, sim, a quantificação de linchamentos no Brasil. Há períodos em que acontecem mais e há períodos, de algumas semanas, em que nada acontece.

Quando?

No mês da Copa de 98, por exemplo, o Brasil não registrou nenhum linchamento. Poucas horas depois do último jogo da seleção brasileira, aconteceu um linchamento, que não tinha nada a ver com a partida. Isso confirma que há momentos, como a Copa do Mundo e a morte de grandes ídolos, como foi a do Ayrton Senna, em que a sociedade brasileira comunga. A desordem deixa de existir, porque há um sentimento que prevalece sobre o conjunto da diversidade e das adversidades. O Brasil só é Brasil nesses momentos.

Que papel a polícia desempenha nos linchamentos?

A polícia militar tem sido exemplar na proteção da vítima de linchamento. Inclusive, expondo-se a perigos. Às vezes, diante de evidências de que vai ocorrer um linchamento, a polícia se omite para permitir que ele ocorra. Mas, em geral, isso vem da polícia civil. Quando o delegado coloca um preso em determinada cela, pré-julga o criminoso e não o isola, ele está participando do linchamento que aquele preso pode sofrer na cadeia.

De onde vem o termo linchamento?

De um tal juiz Lynch, que atuava no oeste dos EUA, no século 18. Ele não era um juiz de verdade. As cidades que estavam nascendo ali não tinham lei. Quem violava as regras que estavam na consciência das pessoas era punido com o linchamento, que lá consistia em recobrir o corpo do fulano de betume e colocar penas de galinha nele, obrigando-o a desfilar pelo povoado, para todos saberem que ele deveria ser evitado. Era um linchamento moral e físico. No Brasil, já linchávamos no século 16. É o registro mais antigo que tenho.

Nos EUA, o linchamento esteve muito associado ao racismo. É surpreendente que, em tão pouco tempo, o país possa eleger um negro?

Os linchamentos dos EUA eram feitos principalmente entre pobres - pobres brancos linchando pobres negros. O governo Roosevelt criou alternativas para brancos e negros, com o desenvolvimento econômico. Além disso, as mulheres, que eram usadas como desculpa para linchar, fizeram um movimento lindíssimo e desarmaram a predisposição dos maridos. O último linchamento de que tenho notícia lá foi uns 10 anos atrás, de negros linchando um negro. As mudanças econômicas e as guerras, que abriram a possibilidade de um negro ser general, foram importantes. Os americanos já têm a Condoleezza Rice no governo, uma mulher muito culta. E isso abre caminho para o Barack Obama. Ainda há muito racismo, mas nada que mobilize multidões.