sábado, 7 de agosto de 2010

2º COL, CAD 2 Dossiê Cultura Jovem – Versão Beta 0,5


Artigos & Reportagens

Baby Boom: A cultura jovem não existiria sem essa leva imensa de “aborrecentes” mimados e bem nutridos...

A pré-história dos Teens: pequeno artigo que ajuda a entender as origens (as vezes bem obscuras) da cultura jovem. E como eu disse, na década de 50 ela explodiu, mas teve um começo um pouco mais antigo...

Humor


A receita de como fazer uma musica POP:


Algumas paródias REALMENTE boas de sucessos POP-Jovem atual:

Rap’s um pouquinho mais realistas:



Rap’s “maravilhosos”:


domingo, 25 de outubro de 2009

1ºCOL; CDN 3 - Cultura: privilégio dos homens?

Um ótimo artigo do site "Com Ciência" sobre se existe ou não cultura animal. Boa leitura!! ahh, e não, não existem macacos mafiosos :P.


Cultura: privilégio dos homens?
Por Susana Dias

Em vários animais já foram descritos casos de comportamentos inventados por um indivíduo e aprendidos por outros do grupo. Há casos clássicos entre os primatas. Em chimpanzés têm sido observadas as possibilidades destes se reconhecerem e atribuírem individualidades a outros de sua espécie, de classificarem plantas e selecioná-las para sua alimentação, de usarem ferramentas para obter alimento, de ensinarem a seus filhotes, de cooperarem para solucionar problemas e de criarem estratégias sociais de comunicação, inclusive aprendendo linguagens de sinais dos humanos. Esses comportamentos descritos por pesquisadores das ciências naturais escapam às explicações genéticas e têm sido associados à noção de cultura em animais. Mas seriam esses resultados suficientes para dizer que os animais são seres culturais? A resposta à questão não parece ser simples mesmo para os pesquisadores. Para alguns, afirmar categoricamente que animais não têm cultura é esquivar-se de um interessante debate que os resultados dos estudos em comportamento animal podem promover. 

O uso da noção de cultura pelas biociências recoloca a discussão entre ciências naturais e humanas, em especial entre a biologia e a antropologia. “Não há mais consenso acerca de que os seres humanos sejam os únicos a desenvolver vida coletiva complexa, produzir cultura, lutar por status e poder, reconhecer seus semelhantes e repassar conhecimentos para as gerações futuras”, comenta a cientista social Eliane Sebeika Rapchan, da Universidade Estadual de Maringá. Para ela, esses resultados colocam a necessidade de uma aproximação entre as áreas do conhecimento. Uma aproximação, entretanto, “difícil e delicada” porque “tais resultados têm o potencial de impactar as representações da natureza e, ao mesmo tempo, promover alterações nas relações entre as disciplinas envolvidas no problema, trazendo contribuições para o debate sobre as relações natureza/cultura ou ainda, para a redefinição das fronteiras do que se entende por humano e não-humano”, argumenta.

Animais têm cultura?

O ecólogo Paulo Sérgio Moreira Carvalho de Oliveira, do Departamento de Zoologia, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), diz que as pesquisas em comportamento animal têm levado a uma resposta afirmativa para a questão, ou seja, animais têm cultura. Oliveira define cultura como “um traço comportamental que passa para a geração seguinte por aprendizado ou por imitação” e a transmissão cultural como “a transferência de informação através do ensino ou do aprendizado social”. Apresenta vários exemplos observados em animais: mães guepardo que machucam presas para ensinar os filhotes a caçar; chimpanzés que usam folhas como verdadeiras esponjas para recolher água de locais de difícil acesso, como troncos ocos de árvore; a criação de estratégias, por macacos, para quebrar frutos, batendo-os contra pedras ou árvores; chimpanzés que usam gravetos para comer cupins, como se fossem “palitinhos de restaurante chinês”. Estes comportamentos são transmitidos entre os indivíduos dos grupos por imitação. “Qual a diferença entre o que faz o chimpanzé e uma mãe que ensina uma criança a comer? Quando ensinamos um filho a comer com um garfo, ou ensinamos um filho a caçar, a buscar alimento, podemos considerar que esses ensinamentos são traços culturais que estamos transmitindo?”, pergunta-se o ecólogo. “Bichos fazem isso. Eles fabricam coisas, os filhos aprendem com os pais e o uso dos instrumentos é perpetuado por gerações, por aprendizagem”, argumenta. (conheça mais do pesquisador em sua página pessoal).

Catação, aprendizagem social, conflitos, cuidado parental, desenvolvimento de técnicas de forrageamento, práticas sexuais, posturas corporais, criação e uso de ferramentas, relações entre mães e filhotes, hierarquia, são alguns dos aspectos dos comportamentos animais que têm sido observados por estudiosos das ciências naturais e que são relacionados à noção de cultura.

Porém, um dos problemas de se afirmar a existência de cultura em animais, para o antropólogo Guilherme José da Silva e Sá, está na noção “restrita” de cultura que tem sido utilizada. Perguntado se os animais produzem e transmitem cultura, respondeu: “Se cultura significa somente produzir e transmitir práticas, com as quais nós seres humanos nos identificamos, eu diria que sim, mas tenho certeza de que qualquer não-humano ficaria insatisfeito com as limitações implicadas nessa definição”. Afirmar simplesmente que os animais não têm cultura ou que cultura é exclusividade dos seres humanos é, para o antropólogo, esquivar-se de um debate importante para a biologia e antropologia. O debate, que no Brasil atualmente não acontece, ou está restrito a pequenos fóruns, permitiria trazer discussões que estão na relação entre essas duas áreas do conhecimento, bem como repensar suas formas de olhar e produzir conhecimentos sobre humanos, não-humanos e suas relações.

Guilherme Sá, que faz doutorado em antropologia no Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e atua como professor na Universidade Federal de Santa Maria, propõe que toda e qualquer discussão envolvendo a questão da cultura em não-humanos surja a partir de categorias próprias aos animais. “Nada muito diferente daquilo que conhecemos em antropologia ao falar que uma determinada cultura tem seu significado e lógica própria. É claro que isso se torna ainda mais árduo em função de nossa inadequação para operar do ponto de vista de um não-humano na sociedade ocidental”, diz. Para o antropólogo, os animais (não-humanos) sempre foram seres culturais, não porque apresentam este ou aquele traço específico, ou porque realizam determinada prática ou função, mas simplesmente porque há muito estão inseridos em relações culturais. Ele sugere um deslocamento da atenção dos termos humano e não-humano para as relações que os mediam, como possibilidade de se encontrar cultura. “Uma idéia de cultura em transformação e que relaciona esses coletivos de humanos e não-humanos”, diz.

A cientista social Eliane Rapchan também sugere que as ciências naturais ampliem a noção de cultura que vêm utilizando. No caso das “culturas de chimpanzés”, objeto de seu estudo de doutorado, ela identifica um isolamento na forma como cada aspecto do comportamento é tratado pelos pesquisadores. A ausência de estudos que focalizem as interações de um comportamento sobre outro, no interior do mesmo grupo dificulta, na opinião de Rapchan, “o acesso à existência de algum tipo de sentido nesses comportamentos, caso exista. Esse é o outro aspecto importante pois o significado é algo central para a noção antropológica de cultura”. A pesquisadora ressalta que, para a etnografia, o registro do comportamento é incompleto se não estiver de algum modo associado aos seus próprios sentidos. Por isso a dimensão simbólica torna-se central para a antropologia. Ela destaca os estudos que focalizam a capacidade de simbolizar entre os não-humanos, como os propostos por Steven Mithen, como uma “abordagem que melhor atende ao debate sobre a existência ou não de cultura entre os chimpanzés”. (leia mais no artigo da pesquisadora: “Chimpanzés possuem cultura? Questões para a antropologia sobre um tema 'bom para pensar'”

Bicho também é gente

A expressão acima leva ao extremo a idéia de humanização dos animais. Embora não seja nesse extremo que se situam os estudos em comportamento animal, a biologia aposta na humanização dos animais como forma de compreender seus comportamentos. Os animais usam ferramentas, tais como os humanos, ensinam os filhos, tais como os humanos, fazem guerra e política, tais como os humanos. Nesse caminho, também estão alguns movimentos em defesa dos animais, dos direitos dos animais, que apostam na aproximação entre humanos e animais para criar uma nova sensibilidade em relação aos não-humanos. O inverso também tem sido uma aposta das ciências biológicas: somos animais também! Entretanto, a antropologia aponta problemas nessa forma de aproximação tanto para se pensar as singularidades dos humanos, quanto dos não-humanos.

Para Guilherme Sá o problema reside em caracterizar cultura como um conjunto de práticas humanas e, mesmo sem perceber, projetá-las sobre os não-humanos. O olhar antropomorfizado (ver os animais como homens) limitaria a compreensão da cultura dos animais. “Certamente haverá muito mais cultura em um animal do que aquela a qual somos limitados a entender enquanto humanos”, diz. O desafio seria pensar que, se os animais possuem cultura, muitas coisas que eles fazem não são denominadas de “culturais” porque não se assemelham com a cultura em humanos. “Para falar em ‘culturas animais’ seria preciso pensá-la ontologicamente, da mesma forma que abordamos as culturas humanas. É preciso que nos aprofundemos nas relações intrínsecas não-humanas, e para isso teremos que diminuir a distância que nos separa deles. Se o antropomorfismo é incontornável, que pelo menos este se dê na relação que nos aproxima enquanto condição, e não naquilo que nos distingue enquanto espécie”, sugere.

Já Elenise Cristina Pires de Andrade, bióloga, professora do ensino médio e doutoranda da Faculdade de Educação da Unicamp, acredita que o uso da noção de cultura pelos estudos em comportamento animal irá circunscrever o entendimento desses seres. “A noção de cultura limita o entendimento de humanos e não-humanos, desenha uma estrutura de memória, visibilidade, conhecimento, sensibilidade. Cria uma bolha cultural identitária, demarcatória dos indivíduos, sejam eles humanos ou não”, diz. Na opinião da pesquisadora, que no mestrado buscou pensar “o ser ou o tornar-se humano” nos currículos de ciências, uma ontologia dos não-humanos continuaria em busca da essência desses seres, assim como acontece com a noção de cultura em humanos. “Como fazer um deslocamento que não procure as diferenças a partir de uma essência de humanos e não-humanos?”, pergunta-se. E sugere que talvez seja necessário pensar “que o humano passa por outros lugares, nas relações com todos os seres-objetos, habitantes do mundo. A saída talvez seja não humanizar os animais, mas desumanizar o humano, não buscar mais sua essência, suas características intrínsecas, mas tomá-lo em constante transformação, devir-qualquer-coisa”. (Conheça mais sobre as idéias da pesquisadora lendo o artigo “Vejo o que desejo, desejo o que vejo: perturbações curriculares com/nas/nos alunas, alunos e professora de pedagogia das faculdades Network-SP”


segunda-feira, 24 de agosto de 2009

3º COL; CAD 2 - Dossiê Feminismo Beta 1.0


Como prometido, posto aqui uma lista de muito material interessante para enriquecer o conhecimento de vocês em relação ao papel da mulher na sociedade e as lutas feministas. Devido ao grande volume de informação, posto aqui apenas os links que dão acesso às reportagens. Boa leitura!

Lembrete do que o professor falou em aula:

Cumprindo a tradição de tornar sociológico as coisas mais banais da sua vidinha de adolescente, seguem aqui algumas coisas que o titio Alvaro ensinou na aula:
- Todo esse lance de "pedir a mão pro pai", "o pai (ou qualquer outro homem, até um pirralho bocó de 5 anos) entregar a noiva", "a mulher casada adotar o sobrenome do marido" são heranças machistas de quando a mulher era vista como uma "coisa"  e como "inepta".
- A criação da pilula concepcional e a regulamentação de leis sobre o divorcio são conquistas feministas.
- Machismo não é um padrão de comportamento unicamente masculino, sendo também adotado e transmitido pelas mulheres em uma série de atitudes cotidianas. 

 
Reportagens e artigos interessantes

Que Mulher é essa? – reportagem da revista Superinteressante que analisa o papel e as conquistas das mulheres no decorrer da história.

Guerra dos Sexos – reportagem da revista Superinteressante sobre as diferenças físicas entre homens e mulheres em competições esportivas, bem como a discussão sobre competições que poderiam ser disputadas sem separação por gênero.

Ela se casou com ela mas ela virou ele – reportagem da revista Veja que aborda o fenômeno relativamente novo de lésbicas que fazem incursões cirúrgicas e hormonais para se tornarem homens. Excelente reportagem para discussão, devido toda a polemica envolvida (leia pra saber). Atente para as mudanças de comportamento observadas por uma dessas mulheres (ou ex-mulher :P) que passou a ingerir testosterona.

A Crise do Macho – Entrevista com o psiquiatra Luiz Cuschnir a revista Veja. Especialista em pacientes masculinos, ele explica como o Homem “se perdeu” na crise de identidade da vida moderna. E é claro, dá umas dicas sobre isso.

O sexo oprimido – Entrevista com o Historiador Israelense Martin Van Creveld a revista Veja. Ele afirma (e apresenta argumentos) que os verdadeiros oprimidos são os machos da espécie humana...

Qual o verdadeiro sexo frágil - nesse artigo curtinho e bacanudo, o biólogo Atila Lamarino explica algumas desvantagens evolutivas que os machos da espécie humana carregam em si (gosh!! O_o)

Violência contra a mulher – edição do Globo Repórter que mencionei na aula. Infelizmente, não consegui encontrar o vídeo do programa, mas a versão escrita dele também é bastante elucidativa (nota: pra navegar nos blocos, você tem que selecionar o tema num pequeno menu na parte superior. Procura com cuidado que é fácil achar o lugar).

Breve história da emancipação feminina: reportagem curtinha e bacana com uma linha do tempo das lutas e conquistas femininas.

Macho ensimesmado? - Um artigo sociológico analisando o novo papel da mulher na sociedade a reação masculina frente a isso.

Filmes que podem enriquecer o assunto:

Malena (Malèna); de Giuseppe Tornatore – Na trama, a viúva de um soldado desperta paixões em um grupo de garotos, em uma pequena cidade da Sicília. A história é interessante porque dá margem para diversas discussões sobre a “maldição” de ser bonita demais (e bota bonita nisso, zezuis!) e sobre as pequenas guerrilhas que as mulheres travam com elas mesmas. Nota: esse filme pode ser encontrado em uma das locadoras de Ibirá – a que fica no “shopping” (shopping?? Haiuhaiuhaiuhai :P). Em Uchoa não tenho conhecimento sobre a disponibilidade ou não.

 Meninos Não Choram (Boys Don't Cry);  de Kimberly Peirce – Baseado numa história real, o filme mostra a trajetória de uma mulher que ousa reivindicar uma identidade masculina em uma pequena cidade rural americana (e as conseqüências trágicas que isso acarreta). A pergunta que fica, e que seria legal debater, é se a protagonista sofre seu final trágico simplesmente por ser lésbica ou também pela “ofensa” de ser uma mulher ousando entrar num mundo de homens (o machismo é uma característica forte em varias comunidades rurais americanas). Nota: achável em quase todas as locadoras.

 O Silêncio dos Inocentes (The Silence of the Lambs); de Jonathan Demme - Uma jovem agente do FBI busca ajuda com um perigoso psicopata canibal para desvendar mistério em torno de uma assassino que tira a pele de suas vítimas. Apesar de ser um filme de suspense, é um dos melhores filmes a discutir o papel da mulher na sociedade moderna (cada vez mais entrando nos espaços que eram só de homens, mas quase nunca sendo bem recebida). Nota: achável em quase todas as locadoras.

Uma Equipe Muito Especial (A League of Their Own); de Penny Marshall - Com os jogadores profissionais lutando na 2ª Guerra Mundial, os donos de times decidem criar uma liga feminina de baseball. Filme muito bacana, pois mostra um pouco como foi o “up” que as mulheres receberam graças a Segunda Guerra Mundial (um dos fatores chave para a mulher reivindicar um espaço maior na sociedade, e origem de quase todas as discussões feministas do Séc. XX. Nota: eu acho nunca vi esse filme em locadora nenhuma, mas pelo menos lançado em DVD ele foi. É uma questão de garimpar caso se queira assistir...

Adendos: 

-Agressão física contra a mulher: Quais as primeiras providências? - um pequeno guia de como agir em caso de agressão.

- Direitos da mulher - Uma série de artigos sobre direitos das mulheres nas mais diferentes  situações.

- Portal Violência contra a mulher - site completamente dedicado ao assunto- completíssimo. 

PS: Pretendo complementar esse artigo com mais alguns itens. Se você gostou do assunto, não deixe de ver se esse pequeno dossiê teve atualizações (quando isso acontece eu subo o numero da “versão” da postagem). Qualquer dica pra aprimorar o mesmo será muito bem vinda nos comentários. Até!

sábado, 25 de julho de 2009

3 COL- Como Fazíamos Sem... Emprego


Como eu vivo martelando na cabecolha de vocês, a gente ainda tem que lutar muito pra melhorar o mundo, mas ele já foi bem pior. Este pequeno artigo da revista Aventuras na História faz um resumo de como eram as coisas no tempo que direito trabalhista e outros troços do tipo não existiam...
Boa Leitura!!

Como Fazíamos Sem... Emprego
por Rodrigo Gallo

Em 1752, um operário inglês foi chamado para uma conversa com o capataz da metalurgia onde trabalhava, na periferia de Londres. O funcionário foi informado de que, caso quisesse continuar empregado, deveria trabalhar duas horas a mais por dia, sem receber nada a mais por isso. Como já era de praxe desde o feudalismo, ele não tinha a opção de discutir com o chefe, sob risco até de apanhar, e aceitou a imposição.
Esse tipo de humilhação, descrita num relatório da TUC (Trades Union Congress, uma das maiores centrais sindicais da Inglaterra), era comum nas fábricas do século 18. As pessoas eram obrigadas a se sujeitar a condições de trabalho insalubres, muitas vezes sem receber salário fixo. Esse cenário começou a mudar durante a Revolução Industrial, período que serviu para aprimorar as máquinas e os processos de produção, atingindo com mais força a Europa e os Estados Unidos. Por causa do aumento da exploração, os trabalhadores se organizaram e partiram para a briga com os patrões, exigindo coisas que hoje soam banais, como salários fixos, férias e aposentadoria. Veja aqui como vivíamos sem...

...Profissões
A Revolução Industrial foi uma das principais responsáveis pela divisão dos trabalhadores por categorias profissionais. Com a automação das indústrias e o aprimoramento da tecnologia, nos séculos 18 e 19, os funcionários passaram a ser divididos pela capacidade de lidar com as máquinas. Antes da revolução, os trabalhadores não tinham profissões definidas, o que complicava ainda mais a situação dos assalariados da indústria. Eles eram contratados para ser simplesmente empregados da fábrica. Por isso, deveriam ser capazes de fazer tudo, desde atuar nas linhas de produção até limpar banheiros, se fosse necessário. Em cidades como Londres e Paris, empregavam-se muitas mulheres e crianças, que eram consideradas mão-de-obra barata. O recrutamento dos empregados levava em conta apenas critérios físicos – como força para trabalhos braçais e agilidade para as tecelagens. Por falta de treinamento, era comum que os operários sofressem amputações. Nesses casos, os patrões ainda culpavam os acidentados por descuido – e os demitiam em seguida.

...Direitos trabalhistas
Entre os séculos 17 e 19, sem leis trabalhistas, os operários eram obrigados a se sujeitar a empregos desumanos e a muita humilhação, principalmente em países industrializados como Inglaterra e França. “Não havia aposentadoria nem assistência médica. Com relação ao horário, trabalhava-se muitas vezes 14, 16 e até 18 horas por dia”, escreveu o historiador Augusto Lanzoni em seu livro Iniciação às Ideologias Políticas. Além disso, nada de folga nem horário de almoço. “Os trabalhadores eram remunerados por hora trabalhada, sem possuir vencimentos fixos. Eles até podiam folgar, mas teriam o dia descontado do pagamento no fim do mês”, afirma o sociólogo Gláucio Gonzalez, da Fundação Santo André.
A situação começou a melhorar aos poucos, principalmente após o crescimento dos movimentos operários, que tomaram força de vez a partir da segunda metade do século 19 na Europa. Para que as leis específicas fossem criadas, houve muito derramamento de sangue. Um exemplo ocorreu em 8 de março de 1857, em Nova York, quando operárias de uma tecelagem fizeram uma greve exigindo a redução da jornada de trabalho, de 12 horas. Reprimidas pela polícia, se esconderam dentro da fábrica. Os patrões trancaram as portas e atearam fogo ao prédio, carbonizando 129 pessoas.
Com o tempo, essas lutas culminaram na criação de leis específicas na Europa e nos Estados Unidos, já no século 20, que foram responsáveis pelo aumento da qualidade de vida da população assalariada. Segundo Augusto Lanzoni, as conquistas se expandiram para o restante do mundo à medida que os países se industrializavam e os trabalhadores se viam obrigados a formar organizações para defender seus direitos.

...Sindicatos
A organização dos trabalhadores em sindicatos ou associações era veementemente proibida pelos governos burgueses que comandavam os países europeus nos séculos 18 e 19. Assim, não era permitido qualquer tipo de protesto na porta das fábricas. “Quem participava de greves era perseguido como criminoso e podia acabar preso. Não havia regras que permitissem a organização dos trabalhadores, e sindicatos ou associações eram considerados ilegais”, afirma Gonzalez.
Em países como Inglaterra e França, os empregados se reuniam clandestinamente e, dessas reuniões, surgiram os primeiros movimentos operários, que brigariam por melhores condições de trabalho. Em 1º de maio de 1886, em Chicago, Estados Unidos, mais de 1 milhão de trabalhadores saíram às ruas para protestar. Centenas foram presos pela polícia. Três dias depois, numa assembléia na praça Haymarket, uma bomba explodiu, matando dezenas de trabalhadores e ferindo outros 200. Mesmo ilegais e com tamanha repressão, os protestos resultaram em mudanças. Em 1890, o Congresso americano votou e aprovou a lei que fixava a carga horária de trabalho em oito horas.
Os trabalhadores brasileiros começaram a se mobilizar principalmente na década de 1940, quando a industrialização ganhou mais força no país. A grande conquista foi a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), garantindo alguns direitos básicos. A legislação sofreu adendos a partir de 1960, com o surgimento do sistema único de previdência (hoje chamado de INSS) e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

3 COL - Simulados e Dicas para o ENEM 2009 v1.1


Depois de descansar um pouco (eu mereço, pô!), cá estou eu de volta pra atualizar o blog...

Atendendo a pedidos postados na caixa de mensagens, o primeiro post de retorno envolve uma pequena ajuda aos “desesperados” pelo vestibular. Primeiramente, volto a frisar que o “novo ENEM” ainda é uma incógnita (pelo menos no seu todo), e não existe ainda “formulas” especificas pra se lidar com ele. A dica que dou sobre ele é a de sempre: mantenha-se atualizado (os livros do “guia do estudante” que vocês ganharam é uma ótima ferramenta pra isso), leia bastante (MESMO!!) e tente aprimorar seus conhecimentos escolares.
Mas como sou um cara legal, indexei no post o máximo de simulados pro novo ENEM encontrei pela NET. Baixe e treine!!

Simulados ENEM:

Simulado do Anglo (PDF)
Simulado Guia do Estudante (online, ainda não completo)
Simulado COC/Terra (online)
Simulado objetivo (PDF, infelizmente apenas com a opção respondida e comentada)


Sites pra quem tá vestibulando:

Blog do ENEM (perfeito pra quem quer estudar pro ENEM)
Vestibular UOL(muita coisa MESMO para o vestibulando)
Dicas para ENEM e PROUNI (blog com muitas dicas e downloads)

PS: Esse post será constantemente atualizado conforme eu “cavar” novas coisas. Se tiver alguma outra dica boa de site ou simulado, poste nos comentários que ela pode ser anexada aqui.

sábado, 4 de julho de 2009

COMUNICADO: FECHADO PARA BALANÇO :P


Devido a necessidade de corrigir as provas e fechar médias, este blog tá de férias temporária até... o começo das férias (!).

Dia 15 ou 16 o blog volta com tudo!

Abraços!

sábado, 27 de junho de 2009

1ºCOL; 2ºBI - Texto base para a prova

é, eu não me canso dessa foto :P
Texto base para a prova dos primeiros anos. Se tiverem duvidas quanto a termos, pesquisem e se informem. Não se esqueçam que NÃO PRECISA decorar o texto, já que o mesmo estará disponível na própria prova (aliás, não precisa nem ler aqui se não quiser :-P). Vocês podem ler mais sobre o Senso Comum na própria apostila (1º bimestre), e também podem ler mais sobre o contexto histórico do surgimento da sociologia pesquisando na net (tem um ótimo resumo sobre o assunto nesse link aqui – alias, esse outro blog também é de um professor de Sociologia :P).


O Senso Comum

O senso comum é visto como a compreensão de todas as coisas por meio do saber social, ou seja, é o saber que se adquire através de experiências vividas ou ouvidas do cotidiano. Engloba costumes, hábitos, tradições, normas, éticas e tudo aquilo que se necessita para viver bem. 
No senso comum não é necessário que haja um parecer científico para que se comprove o que é dito, é um saber informal que se origina de opiniões de um determinado indivíduo ou grupo que é avaliado conforme o efeito que produz nas pessoas. É um saber imediato, subjetivo, heterogêneo e acrítico, pois se conforma com o que é dito para se realizar, utiliza várias idéias e não busca conhecimento científico para ser comprovado. 
De maneira espontânea e sem querer as pessoas utilizam o senso comum a quase todo o momento: Ex: Quando se está com o intestino preguiçoso e a vizinha diz que ameixa e mamão é bom para ajudar o intestino, o que é que se faz? Corre para casa e se empanturra de ameixa e mamão. Isso é senso comum, a utilização de um método criado a partir de uma experiência natural. 

O senso comum difere-se em alguns aspectos com a ciência, pois a ciência busca a verdade em todas as coisas por meio de testes e comprovações, enquanto o senso comum é utilizado antes mesmo que se saiba se o método empregado traz o que se espera. A ciência é objetiva, busca critérios, avalia, busca leis de funcionamento, reúne a individualidade existente em cada lei para formar uma só estrutura e isso sem procurar semelhança entre elas, se renova, se modifica e busca sempre se firmar no conhecimento.

O Contexto Histórico do Surgimento da Sociologia

A Revolução Industrial, ocorrida na Europa (principalmente na Inglaterra) no século XVIII, mudou radicalmente a estrutura da sociedade. Homens passaram a ser substituídos por máquinas, que produziam mais e custavam muito menos. Isto fez com que os problemas sociais aumentassem, pois muitas pessoas que antes trabalhavam de forma artesanal, ficaram sem emprego. Eram acostumadas à uma forma mais lenta de vida, no meio rural, trabalhando apenas para sobreviver da terra. Agora passariam a trabalhar muito mais para os empresários, ganhando as vezes menos do que estavam ganhando antes. 
A sociedade se dividiu em Burgueses, os que detinham as fábricas e controlavam a economia, e os Proletariados, que tinham a força de trabalho. O capitalismo se fortaleceu, quem produzisse mais, estava acima dos outros.
A sociologia como disciplina científica surgiu no início do século XIX, como uma resposta acadêmica para o novo desafio da modernidade: o mundo estava se tornando cada vez menor e mais integrado, a consciência das pessoas sobre o mundo estava aumentando e dispersando. Os sociolólogos não só esperavam entender o que mantinha os grupos sociais unidos, mas desenvolver um “antídoto” para a desintegração social.

2COL; 2ºBI - Texto base para a prova

Texto base para a prova dos segundos anos. Se tiverem duvidas quanto a termos, pesquisem e se informem. Não se esqueçam que NÃO PRECISA decorar o texto, já que o mesmo estará disponível na própria prova (aliás, não precisa nem ler aqui se não quiser :-P). No caso de vocês, esse material já havia sido postado aqui de modo separado e completo (na prova será usado a síntese abaixo).

ACULTURAÇÃO: Processo pelo qual duas ou mais culturas diferentes, entrando em contato contínuo, originam mudanças importantes em uma delas ou em ambas. Quando dois ou mais grupos entram em contato direto e contínuo, geralmente ocorrem mudanças culturais, pois verifica-se a transmissão de traços culturais de uma sociedade para outra. Alguns traços são rejeitados e outros aceitos, incorporando-se, frequentemente com alterações, à cultura resultante. É a fusão de culturas diversas, dando origem a uma nova cultura.


ASSIMILAÇÃO: Processo social em virtude do qual indivíduos e grupos diferentes aceitam e adquirem padrões comportamentais, tradição, sentimentos e atitudes de outra parte.

A Historia do Jeans: Durante o século XIX, acontecia nos Estados Unidos a corrida pelo ouro. Os mineradores trabalhavam incessantemente, sujeitos a todo tipo de situação, e precisavam de roupas que fossem resistentes o suficiente para o trabalho pesado nas minas. Em 1853, o jovem Levi Strauss, um judeu alemão, foi ao velho oeste americano vender lona para cobrir as carroças dos mineradores, mas devido à saturação do mercado, seus produtos começaram a se acumular nas prateleiras. Ao observar o trabalho dos mineradores, percebeu que suas roupas não resistiam ao trabalho pesado, e que eles necessitavam de algo mais durável para a atividade que exerciam. Ao notar o que acontecia, sem perder tempo, Levi Strauss levou um dos trabalhadores a um alfaiate, e com o tecido que não conseguia vender, confeccionou uma calça para ele, na cor marrom.
Logo, as calças feitas com a lona se espalharam entre os mineradores. No entanto, esse material era muito rígido e desconfortável, o que fez Strauss buscar um tecido de igual resistência, porém, mais flexível. O tecido de algodão sarjado, uma espécie de brim, vinha da região de Nîmes, na França e era utilizado pelos marinheiros genoveses. Do seu local de origem, veio o nome denim, "de Nîmes". A cor azul do tecido veio só depois, quando Levi Strauss decidiu tingir as peças com o corante de uma planta chamada Indigus, dando a cor pela qual o jeans é hoje conhecido. Em parceria com seus irmãos e cunhados fundou a Levi Strauss & Co.
O jeans começou a se popularizar na década de 30, quando, usado pelos cowboys norte-americanos, quando apareceu em filmes que retratavam o clima western, que se tornou moda. Durante a Segunda Guerra Mundial, os soldados norte-americanos usavam uniformes confeccionados com o tecido, dando ao denim uma imagem de virilidade. Após a vitória dos Aliados, o jeans se espalhou pelo continente Europeu.
O denim atravessou o século XX, se transformando no artigo de moda mais democrático e popular existente. Na década de 40, os cowboys do asfalto montavam suas motos Harley-Davidson trajando o jeans. Mas foi na década de 50 que o jeans se transformou em símbolo de rebeldia, quando, no filme Juventude Transviada, o ator James Dean, no papel do jovem e rebelde Jim Stark, apareceu usando a combinação clássica: calça jeans e camiseta branca. Além de Dean, Marlon Brando e Elvis Presley contribuíram para que o artigo se disseminasse entre os jovens da época, que teve sua imagem intrinsecamente ao rock. A imagem rebelde do jeans se tornou tão forte, que o traje passou a ser proibido nas escolas e em lugares como cinemas e restaurantes.
Depois de James Dean e Marlon Brando, vieram os Beatles, Bob Dylan e Jimi Hendrix, e o jeans continuou se colocando como peça principal do visual jovem. Na década de 70, os hippies americanos adotaram o jeans como peça essencial do visual largado, e mais uma vez ele se tornou parte de uma cultura jovem. Foram os hippies que introduziram a idéia de customização das peças, feita por meios artesanais, que logo entrou em processos industriais. Ele havia entrado de vez para o vestuário, como uma peça funcional e barata, sempre ligado a um símbolo de juventude. Na mesma época o jeans inicia sua globalização e se insere na indústria européia, que transformou a aprimorou o design e o acabamento, se tornando grande referência na produção do artigo na indústria da moda.
O jeans atravessou o século XX sofrendo incessantes transformações, resistindo às tendências e modismos, propagando estilos e comportamentos e se tornando o maior fenômeno já visto na história da moda, um acontecimento sem precedentes. O jeans transcende a moda, e talvez já não possa ser denominado como tal; está acima dela, pois, embora sofra alterações ao longo do tempo, ele permanece, vestindo homens, mulheres e crianças, há 150 anos.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

3°COL, 2°BI – Texto base para a Prova

Não entre em pânico: Basta se preparar!!

Texto base para a prova dos terceiros anos. Se tiverem duvidas quanto a termos, pesquisem e se informem. Não se esqueçam que NÃO PRECISA decorar o texto, já que o mesmo estará disponível na própria prova (aliás, não precisa nem ler aqui se não quiser :-P).

LINHA DO TEMPO CIDADANIA:


SécXVIII/EUA – Acontece o longo processo (1776-1783) que levaria a independência dos EUA em relação a Inglaterra. Os lideres da revolução foram fortemente influenciados por ideais Iluministas (principalmente pela idéias do filosofo John Locke).

1789/França- Logo após a revolução que tirou os privilégios da Nobreza e do Clero, a França Revolucionária proclama a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

1791/França - Olympe de Gouges, revolucionária francesa, lança o manifesto “Declaração dos Direitos da Mulher”, denunciando a Declaração dos Direitos do Homem como instrumento de cidadania restrita aos componentes do sexo masculino. É decapitada.

SécXIX/Mundo- A situação da classe trabalhadora em geral é bastante desalentadora: trabalham 16 horas por dia, ganham muito mal, não tem direito a férias, trabalham em condições insalubres etc. O descontentamento da população impulsionara vários movimentos operários em busca de direitos para o trabalhador.

1848/EUA - Henry David Thoreau pública “A Desobediência Civil”, obra sobre resistência pacifica que terá decisiva influencia nos movimentos encabeçados por Gandhi e Martin Luher King.

1848/Alemanha – Os Filósofos Karl Marx e Friedrich Engels publicam o Manifesto do Partido Comunista, obra que servirá de base para vários movimentos trabalhistas ao redor do mundo.

1863/EUA- Abolida a escravidão nos EUA. Em 1868, eles obtém direitos iguais aos dos brancos.

1876/EUA- começam a ser promulgadas as Leis Jim Crow (principalmente em Estados e Municípios Sulistas). Tais leis limitavam visavam barrar a freqüência de negros em escolas públicas e ao uso dos transportes públicos, restaurantes, teatros, hotéis, cinemas, balneários. Em muitos estados proibiu-se o casamento entre pessoas de raças distintas. Formatou-se a doutrina do equal but separate, legalizou-se a segregação, conquanto que se fornecessem serviços e condições iguais, para brancos e segregados.
 
1913/EUA- A segregação racial é formalizada na esfera Federal pelo Presidente Woodrow Wilson.

SécXX/Mundo- As organizações trabalhistas conquistam importantes direitos para a classe trabalhadora. Após dezenas de anos de luta, os trabalhadores passam ter direitos como: 13º Salário, Férias, licença saúde, hora extra, adicional para serviços perigosos etc).

1948/Mundo- Publicada pela ONU, a Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelece parâmetros básicos para a construção de um mundo mais justo. Como não possui a força de lei, a DUDH não é respeitado por todos os paises (mesmo assim, é um avanço importante).

1955/EUA- A passageira negra Rosa May Parks se nega a ceder seu lugar no ônibus para um passageiro branco e é presa. A população negra iniciou um boicote às companhias de ônibus que durou 381 dias, causando grandes prejuízos, até que, em novembro de 1956, a Suprema Corte declarou inconstitucional a lei de segregação racial dentro dos ônibus. Este episódio foi a partida de um movimento maior encabeçado pelo Reverendo Martin Luther King Junior.

1964/EUA – depois de muita pressão do Movimento Negro capitaneado por Luther King, é aprovada a Lei de Direitos Civis, que proíbe qualquer tipo de discriminação baseada em raça, cor, religião e nacionalidade (e abole as Leis Jim Crow).

SécXX/Parte do Mundo – Movimentos feministas ganham força (principalmente na década de 60), e as mulheres conquistam pouco a pouco direitos antes restritos aos homens (voto, estudo, trabalho, divorcio etc).

2005/Brasil – “Mulheres estudam mais, mas ganham 30% menos que homens” é o título de reportagem do Jornal Folha de São Paulo.

2008/EUA – Eleito o primeiro presidente negro da História Norte Americana, Barack Obama.

terça-feira, 23 de junho de 2009

2ºCOL; 2ºBI - Elvis - A explosão do rock


Os cadernos do segundo bimestre focam bastante a cultura jovem. A unidade três inclusive conta uma breve história de como os jovens adquiriram uma “cultura própria”. O que poucos talvez saibam é a importância de Elvis Presley nesse processo todo...
Pra quem quer conhecer um pouco mais o assunto, segue ai uma ótima reportagem de Aventuras na História sobre o “Rei do Rock”. Boa Leitura!!


Elvis - A explosão do rock
Há 50 anos, ele gravou seu primeiro disco, marco inicial de uma revolução chamada rock’n’roll. Elvis morreu em 1977 (a despeito do que acreditam seus fãs), mas as mudanças que ele iniciou continuam influenciando os jovens do mundo todo
POR:André Barcinski


Em julho de 1954, o telefone tocou numa casa simples da periferia de Memphis, Tennessee, no sul dos Estados Unidos. Gladys, uma senhora na casa dos 40 anos, atendeu e ouviu a voz de um homem, que se apresentou como Scotty e perguntou por seu filho. “Elvis não está. Quer deixar recado?”
O “Scotty” era Scotty Moore, um guitarrista local de algum sucesso que procurava um cantor para sua banda e recebeu de um amigo, Sam Phillips, a dica sobre o tal Elvis.
Phillips, que tinha a fama de descobrir novos talentos, era dono de uma pequena gravadora em Memphis, a Sun Records, e oferecia a qualquer interessado a chance de gravar um disco por 4 dólares. Foi atrás dessa chance que em meados de 1953 Elvis Presley, então com 18 anos, entrou nos estúdios da Sun. Ele gravou duas faixas. Em janeiro do ano seguinte voltou e gravou mais duas. Sam não ficou muito impressionado com ele, mas anotou seu nome e telefone.
Na época, Elvis ganhava a vida dirigindo caminhão, mas não abandonara o sonho de ser cantor.
Elvis Aaron Presley nasceu em 8 de janeiro de 1935 em Tupelo, Mississípi. Sua mãe deu à luz gêmeos, mas o primeiro, Jesse, nasceu morto. Os Presley eram pobres. O pai, Vernon, trabalhou como leiteiro, carpinteiro e motorista e chegou a passar oito meses preso por falsificar cheques.
Elvis adorava música desde pequeno, gostava dos cultos da Igreja Pentecostal, onde sempre havia cantorias, e, aos 10 anos de idade, recebeu um prêmio num concurso de canto. Em 1946 ganhou sua primeira guitarra, presente de dona Gladys. Em 1948, a família se mudou para Memphis. Elvis foi matriculado numa escola para brancos, mas costumava freqüentar os bairros negros para ouvir seus bluesmen favoritos, como Furry Lewis e B.B. King. Passava as noites ouvindo no rádio música country, blues, gospel e até música clássica.
Quando Elvis respondeu ao telefonema de Scotty Moore, sabia que aquela poderia ser a chance pela qual esperava. Na sessão que hoje é considerada o marco zero do rock, Elvis Presley produziu um clássico: “That’s All Right”, versão de um antigo blues de Arthur “Big Boy” Crudup, que ele acelerou até torná-lo um autêntico rock’n’roll. “Quando Sam Phillips ouviu aquilo não acreditou. Era o que vinha buscando havia anos: um branco que pudesse cantar como um negro”, afirma Peter Guralnick em sua biografia de Elvis, Last Train to Memphis (“O Último Trem para Memphis”, inédito em português).

Preto no branco
A questão racial esteve presente na carreira de Elvis desde o início. Ele era um garoto branco apaixonado por música negra, fosse ela gospel, rhythm’n’blues ou country. Sua fama abriu espaço para um sem-número de roqueiros negros, como Little Richard, Chuck Berry e Bo Diddley. E ele nunca fez segredo sobre as origens de sua música: “Os negros vêm cantando dessa forma há muitos anos”, dizia. “Mas ninguém prestava atenção neles, até que eu apareci. Eu aprendi tudo com eles.”
Falar uma coisa dessas nos anos 50 era um ato de coragem. No sul dos Estados Unidos, as escolas eram segregadas. Havia lojas de brancos e lojas para “pessoas de cor”, emissoras de rádios de “música branca” e de “música negra”. Mas Elvis queria ser ouvido por todos.
E logo passou a ser. Dois dias depois da histórica gravação em Memphis, o disc-jóquei Dewey Phillips tocou “That’s All Right” em seu programa Red Hot and Blue, e Elvis tornou-se uma sensação local. Vieram os primeiros shows e sua fama começou a se espalhar depois que ele descobriu o que fazia as meninas gritarem tanto. Após uma apresentação, perguntou a Scotty Moore: “Por que elas gritam tanto?” O guitarrista respondeu: “É sua perna”, disse. “É o jeito como você mexe a perna.”
Nos conservadores anos 50, o estilo explosivo e sensual de Elvis o diferenciava dos crooners bem-comportados, estáticos atrás dos microfones, entoando músicas de amor com suas vozes perfeitas. Elvis sacudia os quadris, grunhia e soltava longos suspiros no meio das músicas. Era uma revolução, pelo menos para o público branco, que não tinha visto gente como Little Richard e Chuck Berry em ação.
Em 1955, Elvis conheceu o coronel Tom Parker, um misterioso imigrante holandês que havia tentado a sorte no circo e em várias esferas do show business, até tornar-se um respeitado agente musical. Parker passou a gerenciar a carreira de Elvis e seu apurado tino para negócios ajudou a tornar o cantor um astro. Parker convenceu a gravadora RCA a comprar o passe do cantor à Sun, pela enorme (para a época) quantia de 40 mil dólares. A RCA era uma gravadora grande, porém pouco ousada. Os principais nomes de seu cast eram cantores românticos como Perry Como e Harry Belafonte. Elvis era um peixe fora da água na RCA.
Mas logo virou um tubarão. Em 1956 ele se tornou uma celebridade, gravando um sucesso atrás do outro, entre eles “Heartbreak Hotel”, “Blue Suede Shoes”, “Don’t Be Cruel” e “Love me Tender”. Estreou no cinema no filme Love me Tender e lançou seu primeiro LP, Elvis Presley. Na lista dos compactos mais vendidos do ano, ficou com os dois primeiros lugares, desbancando gente famosa como Frank Sinatra, Dean Martin e Pat Boone.

Rei do pop
O sucesso atraiu as críticas. Os mais conservadores desprezavam Elvis e consideravam sua música um lixo. Era difícil aceitar que um caipira rebolador pudesse vender mais discos que cantores consagrados como Sinatra e Belafonte. Em janeiro de 1957, Elvis apareceu no programa de TV de Ed Sullivan, um dos mais populares do país. Mas só quem esteve lá pôde vê-lo de corpo inteiro. A emissora, preocupada em não chocar os telespectadores, filmou Elvis só da cintura para cima. Na época, ele ganhou o apelido de “Elvis, the Pelvis”. Estava acesa a chama sob o caldeirão do rock, onde ferveria toda uma geração de jovens. Ninguém mais poderia detê-los.
Nem o exército. Em 1958, Elvis foi convocado e, numa jogada publicitária, Parker incentivou-o a ir. Antes, porém, fez com que o cantor deixasse gravados vários compactos. Parker recusou qualquer tipo de tratamento especial a Elvis, com a certeza de que isso seria ótimo para a imagem do cantor. E foi.
Depois de passar pelo treinamento no Texas, Elvis foi para uma base militar na Alemanha, onde ficou 18 meses. Lá, cumpriu funções normais dos soldados, como fazer exercícios e montar guarda nos portões da base. Durante esse tempo, não cantou em público, mas participou de dezenas de sessões de fotos para mostrar como era sua vida de militar. No auge da Guerra Fria, Elvis foi o melhor garoto-propaganda com que o exército americano poderia ter sonhado. O afastamento não diminuiu o interesse por suas músicas, pelo contrário. Mesmo com ele ausente, a RCA lançou vários compactos de sucesso, como “Wear my Ring Around your Neck”, “Hard Headed Woman”, “One Night” e “A Big Hunk o’Love”.
No quartel, Elvis conheceu as drogas. Introduzido por um sargento que recomendava pílulas de anfetaminas aos soldados para mantê-los atentos e eficientes nos exercícios, ele iniciou uma longa dependência química, que viria a ter resultados trágicos. No final de sua temporada na Europa, Elvis conheceu a adolescente Priscila Beaulieu, com quem iniciou um romance.
Em março de 1960, Elvis deu baixa. A volta para casa foi problemática. E triste. Sem a mãe por perto (dona Gladys morrera em 1958), sua vida entrou numa espiral descendente.
Profissionalmente, sua carreira passava por uma grande mudança. Saem as excursões e shows, entram os filmes. Durante toda a década, a única maneira de os fãs verem seu ídolo era comprando ingressos para o cinema. Mas mesmo longe dos palcos, os discos de Elvis – quase todos gravações da trilha sonora dos filmes – continuavam vendendo bem, embora a concorrência estivesse muito mais forte. O rock já dava pinta de que viraria uma fábrica de ídolos, com o surgimento de grupos como os Beatles e os Rolling Stones. Elvis parecia descontente com a direção de sua carreira, e reclamava com o coronel Parker da qualidade dos filmes que estava fazendo, pérolas como O Seresterio de Acapulco, Meu Tesouro É Você e Garotas, Garotas e Garotas. O ritmo de trabalho era massacrante: entre 1956 e 1969, ele estrelou nada menos que 31 longas-metragens.
Em casa, a coisa ia ainda pior. Elvis não fazia segredo do vício em anfetaminas e começou a recomendar as pílulas para amigos e músicos de sua banda. Cada vez mais rico e drogado, Elvis aos poucos foi se tornando um recluso em sua mansão, Graceland. Lá, cercou-se de um grupo de empregados e amigos, que ficou conhecido como a “Máfia de Memphis”. Em 1961, Priscila se mudou para Graceland. Seis anos depois, eles se casariam e teriam Lisa-Marie, única filha do casal.
Elvis estava estranhamente obcecado. Colecionava armas e distintivos policiais. Passou a dar declarações de que sua missão era “ajudar os Estados Unidos a acabar com o risco das drogas e do comunismo” e, numa cena hoje lendária, visitou a Casa Branca para pedir ao presidente Richard Nixon que lhe outorgasse uma credencial do FBI. A foto de Nixon e Elvis apertando as mãos é uma das imagens mais bizarras e emblemáticas dos anos 70. Elvis, o antigo rebelde, cumprimentando o homem que, provavelmente, estava entre os que chamavam sua música de “lixo”, nos anos 50. Foi o início do fim de Elvis Presley.
A década de 70 foi um pesadelo interminável para Elvis. Ele havia se tornado um “prisioneiro” em Graceland, tomando anfetaminas, barbitúricos e tranqüilizantes e sendo vigiado por guarda-costas brutamontes. Embora suas turnês em Las Vegas batessem recordes de arrecadação, sua música caiu de qualidade. Ele engordou muito e chegou a ter um colapso antes de um show na Flórida, que teve de ser cancelado.
No fim de 1971, Priscila o abandonou, levando a filha Lisa-Marie. Amigos do cantor disseram que isso era o que faltava para o colapso emocional e físico de Elvis. Nos cinco anos seguintes, os dias alegres tornaram-se cada vez mais raros. Embora a adoração do público nunca tivesse diminuído e os shows estivessem sempre lotados (o especial de TV Aloha from Hawaii foi visto por 1 bilhão de pessoas), Elvis vivia infeliz. Sua saúde estava se deteriorando e as internações em clínicas de reabilitação e hospitais tornaram-se rotina.
A curta vida de Elvis Presley chegou ao fim em 16 de agosto de 1977. Por volta de 13h30, sua namorada, Ginger Alden, encontrou-o sem vida, deitado no chão do banheiro, em sua mansão. O rei estava morto.



Big bang: A vida e a carreira deElvis mudou tudo (e para sempre)no mundo da música


Infância:
1938
Elvis com 3 aninhos: filho único (depois que seu irmão gêmeo, Jesse, nasceu morto)
1942
A família Presley por volta de 1942: Vernon, Gladys e o pequeno Elvis. Pouco tempo depois, Vernon seria preso por falsificar cheques


50·s
1954
Elvis inventa o rock’n’roll. No estúdio da Sun ele grava “That’s All Right”
1956
Ele não era chamado "Elvis, the Pelvis" à toa: requebrando os quadris, em junho de 1956
1956
Em outubro, Elvis ensaia sua segunda participação no programa de TV de Ed Sullivan. Na primeira, as câmeras o filmaram apenas da cintura para cima.
1956
Durante as gravações de seu primeiro filme, Love me Tender. Ele estrelaria mais 30 longas-metragens
1957
Elvis comprou Graceland, uma antiga igreja, e fez da mansão seu esconderijo do mundo
1958
Vernon e Elvis lamentam a morte de Gladys: a vida de Elvis nunca mais seria a mesma
1958
Durante o período do exército, encontra outro ícone do rock americano, Bill Halley


60·s
1960
O sargento Elvis Presley volta da Alemanha, em 3 de março
1960
O encontro de dois monstros da música americana: Elvis e Frank Sinatra ensaiam para o programa de TV The Frank Sinatra Timex Show
1967
Elvis e a esposa, Priscila, mostram seu anel de diamante no dia do casamento: 1º de maio de 1967


70·s
1970

Elvis cumprimenta Richard Nixon no Salão Oval da Casa Branca, em dezembro. Elvis foi pedir ao presidente que o nomeasse para o FBI
1977
A decadência fisica era evidente: as roupas também não ajudavam.
1977

O rei descansa em paz: túmulo de Elvis em Graceland

Elvismania: O rei virou uma das marcas mais conhecidas no mundo


Elvis foi uma celebridade vivo. E, desde que morreu, sua fama só aumentou. Calcula-se que, nos últimos 50 anos, mais de 1 bilhão de seus discos tenham sido vendidos em todo o mundo. Em grande parte, o sucesso comercial de Elvis depois de 1977 deve-se a sua viúva, Priscila. Após a morte do marido, ela assumiu o controle de seus negócios e pressionou legisladores no Tennessee a aprovar uma lei que garantia aos herdeiros os direitos à imagem e lucros de pessoas falecidas. Priscila transformou o nome “Elvis Presley” numa marca. Hoje, ninguém pode comercializar nenhum produto com a cara de Elvis sem pagar uma parte à Elvis Presley Enterprises. Em outra jogada esperta, ela abriu Graceland ao público em 1982. Hoje, a mansão de Elvis recebe em média 675 mil visitantes por ano, que pagam até 18 dólares por um passeio. Elvis tornou-se um ícone da cultura pop e é, sem dúvida, a celebridade mais festejada e discutida da história. Nos últimos 27 anos, mais de 300 livros sobre ele foram publicados somente nos Estados Unidos.


Saiba mais:

Livros
Last Train to Memphis, Peter Guralnik, Abacus, 1995
Careless Love, Peter Guralnik, Brown USA, 2000 - Completíssima biografia dividida em duas partesElvis, Odair Braz Junior, Coleção “Para Saber Mais”, 2004

domingo, 21 de junho de 2009

2ºCOL; 1ºBI – Aculturação e Assimilação

sim, essa imagem não tem nada a ver com o post,
mas eu criei ela e não tinha onde postar :P



Devido ao grande numero de alunos que chegaram nesse blog googlando em busca dos significados de Aculturação e Assimilação; me dei ao trabalho “Hercúleo” de postar aqui o significado desses dois lindos termos sociológicos... o melhor é que os verbetes estão escritos em português de “purtugal”, o que faz com que de uma tacada só: 1- o blog foque o acordo ortográfico; 2 – lembre os panacas brasileiros da nossa herança lusa :P.

ACULTURAÇÃO: Processo pelo qual duas ou mais culturas diferentes, entrando em contacto contínuo, originam mudanças importantes em uma delas ou em ambas.Quando dois ou mais grupos entram em contato direto e contínuo, geralmente ocorrem mudanças culturais nos grupos, pois verifica-se a transmissão de traços culturais de uma sociedade para outra. Alguns traços são rejeitados e outros aceitos, incorporando-se, frequentemente com alterações significativas, à cultura resultante. É a fusão de culturas diversas, dando origem a uma nova cultura.

ASSIMILAÇÃO: Processo social em virtude do qual indivíduos e grupos diferentes aceitam e adquirem padrões comportamentais, tradição, sentimentos e atitudes de outra parte. É um ajustamento interno e indício da integração sócio-cultural, ocorrendo principalmente nas populações que reúnem grupos diferentes. Em vez de apenas diminuir, pode terminar com o conflito.

FONTE: Dicionário Sociológico Básico da EEB Dom Joaquim

Atualidades em Foco: Eleições no Irã

clique na foto pra ver mais

Muito tem se falado do conflito eleitoral do Irã, mas as vezes não temos a percepção correta de só ouvir falar, e as vezes ainda temos uma ideia muito errada sobre outros povos e países. Por isso resolvi postar esse link com fotos do conflito no Irã. clique na foto que ilustra o post pra ser direcionado ao site com as fotos.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Cuidado com o que Ouvem

Orelhas em pé e acreditando em tudo o que ouve...

Mais um post que serve para todas as classes (e que todo mundo deveria ler). Neste pequeno artigo o consultor de empresas Stephen Kanitz (também colunista da Revista Veja) fala sobre a importância de se questionar as informações que recebemos. Imperdível!!

NOTA: se preferir, pode ler esse artigo direto do site dele (basta clicar aqui).


Cuidado com o que Ouvem

Por stephen kanitz

"Vigilância epistêmica” é a preocupação que todos nós devíamos ter com relação a tudo o que lemos, ouvimos e aprendemos de outros seres humanos, para não sermos enganados. Significa não acreditar em tudo o que é escrito e é dito por aí, inclusive em salas de aula. Achar que tudo o que ouvimos é verdadeiro, que nunca há uma segunda intenção do interlocutor, é viver ingenuamente, com sérias conseqüências para nossa vida profissional. Existe um livro famoso de Darrell Huff chamado Como Mentir com Estatísticas, que infelizmente é vendido todo dia, só que as editoras não divulgam para quem. Cabe a cada leitor tentar descobrir.
Vigilância epistêmica é uma expressão mais elegante do que aquela palavra que todos nós já conhecíamos por “desconfiômetro”, que nossos pais nos ensinaram e infelizmente a maioria de nós esqueceu. Estudos mostram que crianças de até 3 anos são de fato ingênuas, acreditam em tudo o que vêem, mas a partir dos 4 anos percebem que não devem crer. Por isso, crianças nessa idade adoram mágicas, ilusões óticas, truques. Assim, elas aprenderão a ter vigilância epistêmica no futuro.
Lamentavelmente, muitos acabam se esquecendo disso na fase adulta e vivem confusos e enganados, porque não sabem mais o que é verdade ou mentira.
Nossa imprensa infelizmente não ajuda nesse sentido; ela também não sabe mais separar o joio do trigo. Hoje, o Google indexa tudo o que encontra pela frente na internet, mesmo que se trate de uma grande bobagem ou de uma grande mentira. Qualquer “opinião” é divulgada aos quatro cantos do mundo. O Google não coloca nos primeiros lugares os sites da Universidade de Oxford, Cambridge, Harvard ou da USP, supostamente instituições preocupadas com a verdade. In veritas é o lema de Harvard. O Google não usa sequer como critério de seleção a “qualificação” de quem escreve o texto no seu algoritmo de classificação. Ph.Ds., especialistas, o Prêmio Nobel que estudou a fundo o verbete pesquisado aparecem muitas vezes somente na oitava página classificada pelo Google. Avaliem o efeito disso sobre a nossa cultura e a nossa sociedade a longo prazo.
Todos nós precisamos estar atentos a dois aspectos com relação a tudo o que ouvimos e lemos:

• Se quem nos fala ou escreve conhece a fundo o assunto, é um especialista comprovado, pesquisou ele próprio o tema, sabe do que está falando ou é no fundo um idiota que ouviu falar e simplesmente está repassando o que leu e ouviu, sem acrescentar absolutamente nada.

• Se o autor está deliberadamente mentindo.

Aumentar a nossa vigilância epistêmica é uma necessidade cada vez mais premente num tempo que todos os gurus chamam de “Era da Informação”.
Discordo profundamente desses gurus, estamos na realidade na “Era da Desinformação”, de tanto lixo e “ruído” sem significado científico que nos são transmitidos diariamente por blogs, chats, podcasts e internet, sem a menor vigilância epistêmica de quem os coloca no ar. É mais uma conseqüência dessa visão neoliberal de que todos têm liberdade de expressar uma opinião, como se opiniões não precisassem de rigor científico e epistemológico antes de ser emitidas.
Infelizmente, nossas universidades não ensinam epistemologia, aquela parte da filosofia que nos propõe indagar o que é real, o que dá para ser mensurado ou não, e assim por diante.
Embora o ser humano nunca tenha tido tanto conhecimento como agora, estamos na “Era da Desinformação” porque perdemos nossa vigilância epistêmica. Ninguém nos ensina nem nos ajuda a separar o joio do trigo.
Foi por isso que as “elites” intelectuais da França, Itália e Inglaterra no século XIV criaram as várias universidades com catedráticos escolhidos criteriosamente, justamente para servir de filtros e proteger suas culturas de crendices, religiões oportunistas e espertos pregando mentiras.
Há 500 anos nós, professores titulares, livres-docentes e doutores, nos preocupamos com o método científico, a análise dos fatos usando critérios científicos, lógica, estatísticas de todos os tipos, antes de sair proclamando “verdades” ao grande público. Hoje, essa elite não é mais lida, prestigiada, escolhida, entrevistada nem ouvida em primeiro lugar. Pelo contrário, está lentamente desaparecendo, com sérias conseqüências.


Stephen Kanitz é administrador (www.kanitz.com.br)

Revista Veja, Editora Abril, edição 2028, ano 40, nº 39, 3 de outubro de 2007, página 20

A Lenda do Beijo Infeccioso – Parte 2

Isso sim é beijo mortal de verdade!!
(e não foi no Fest Folia :P)

Sim, isso é a parte dois da bagaça :P. resolvi pesquisar um pouco mais o assunto, e cheguei a informações interessantes - principalmente graças a uma postagem do site “diário de solteiro”. No post “Pegação é boa, mas cuidado!”, a “reporti” postou o referido caso como se fosse verdade-verdadeira-di-verdadi-messsssmmoooooo... o único “pobrema” foi que os quase 142 comentários (até o momento em que escrevo isso) confirmaram totalmente o caráter de lenda urbana do troço.
Quem tiver paciência, vale muito a pena ler toda a postagem e comentários. O mais interessante não são as pessoas que desmentem o fato, mas justamente as que tentam confirmá-lo : o nível de incoerência e contradições entre as versões entrega a inverdade da história! Aparentemente, todo mundo conhece pessoalmente a “menina” do causo, só que as histórias nunca batem, e (pior) se passam em cidades diferentes (São Paulo, Goiânia, São José do Rio Preto, Uberlândia etc).
Também nos comentários, alguém postou um link para um famoso site anti-lendaurbanifero (:P) que mostra que essa pataquada de beijo contaminado começou pelas bandas de Londres (em 2003!!!). até perdôo a ingenuidade brasileira, mas a falta de originalidade é de amargar O_o.

Por ultimo, gostaria de lembrá-los que existem SIM pessoas que transam com cadáveres (necrófilos), bem como trocentas doenças que podem ser transmitidas por fluidos bucais (também conhecidos como “baba”): gripe, dor de garganta, herpes, meningite, gonorréia, sífilis, sapinho et cetera. Obviamente, o fato de tais coisas existirem não implica EM NADA na veracidade da lenda urbana do beijo infeccioso (que meda!).

Agora me dêem licença que tenho que colocar meu saci de garrafa pra tomar um solzinho...

1º COL; 1º BI - O treino do olhar

Os primeiros anos tiveram diversas aulas sobre o olhar.
Então ai vai um joguinho sobre isso.
Você consegue contar quantas vezes o time vestido de branco passa a bola?

2ºCOL; 1 BI - Cerimônia do Chá

Olá, aqui é o Rogério e esse é o meu primeiro post nesse blog. Pra quem não me conhece sou professor de Sociologia em Campo Limpo Paulista.

Complementando o post do Alvaro sobre a culinária japonesa (2ºCOL, Aculturação) seguem dois pequenos vídeos sobre a cerimônia:




segunda-feira, 15 de junho de 2009

A Lenda do Beijo Infeccioso - Parte 1

Pobres crianças, nem imaginam o perigo que correm!! :P

De uns tempos pra cá chegou pras bandas de Ibirá e Uchoa a lenda urbana do beijo-infeccioso-transmitido-por-necrófilo. Muita gente acreditou nessa lorota (embora não exista nenhuma evidencia concreta de tal fato). Neste pequeno artigo, duas estudantes de Jornalismo da UFG (Lorena Gonçalves e Paula Falcão) contam como essa besteira sem noção surgiu lá pelos lados de Goiânia (sim, começou por lá).
Vocês também podem ler o artigo direto do blog das moças (clicando
aqui). Boa leitura!!


A Lenda do Beijo Infeccioso
Boatos e especulações ganham valor de fatos e ocupam o imaginário dos goianienses



Há um mês uma história fantástica tem se espalhado por Goiânia. O boato conta sobre uma garota que teria se infectado com uma bactéria de cadáveres por meio de um beijo dado em um estranho. Essa é apenas a temática da narrativa, que dadas as circunstâncias informais, ganhou várias versões, que caracterizam um tipo de lenda urbana.As lendas urbanas são histórias de caráter duvidoso e sensacionalista, e que de modo geral, são transmitidas oralmente, e passam a fazer parte do imaginário popular. Na maioria dos casos, as personagens são pessoas não-relacionadas diretamente ao indivíduo que conta a narrativa, o que cria um ciclo vicioso, repleto de especulações, oscilações e contraposições.
O relato mais recente, que tem instigado a curiosidade e o medo nas pessoas é sintetizado no depoimento de Alice Queirós, estudante de biomedicina: “Uma menina foi pra uma festa de uma famosa boate de Goiânia, e influenciada por uma amiga, beijou um rapaz muito bonito. Entretanto, após algumas horas notou feridas no rosto, na região próxima à boca. Preocupada, procurou ajuda médica e descobriu que, por causa do beijo, estava infectada com bactérias que só poderiam ser encontradas em cadáveres. Ao ser acionada, a polícia investigou o caso e descobriu que o rapaz responsável escondia dois corpos em seu apartamento, e praticava sexo com eles. A moça foi internada, e se encontra em estado grave.”Os desdobramentos desse primeiro depoimento são inúmeros. “Fiquei sabendo que ela está internada em estado grave, na UTI”, afirma Geovana Gonçalves, estudante de Biomedicina. “Ela está em coma, em carne viva”, disse Weilly Lino, universitário. Já Bruna Lemes, estudante de ensino médio afirma que a infecção foi fatal. “Me informaram que ela morreu”.As versões sobre o rapaz responsável pelo ocorrido também são controversas. Algumas fontes dizem que ele seria um estudante de medicina, que trabalhava no Instituto Médico Legal, IML, e que por isso se contaminou.
Em outra narração o jovem se chamaria Evandro e esconderia cadáveres roubados de cemitérios em seu apartamento. “Ele é necrófilo, ou seja, mantém relações sexuais com cadáveres e teria sido preso, após os policiais terem encontrado os corpos de duas mulheres em sua casa. Um estava no guarda-roupa, e o outro que ele mais gostava, estava na geladeira”, afirma Caroline Ribeiro, universitária.
No entanto, os boletins policiais das últimas semanas revelam que não houve caso de algum rapaz preso por violação de cadáver, ou assassinato, cuja história se encaixe com os parâmetros divulgados no boca-a-boca. "Conversei com colegas, inclusive da delegacia de homicídios e constatei que não há registros sobre o caso", afimou Rander Gomes de Deus, delegado federal aposentado.
Os hospitais listados pelas pessoas nos relatos revelaram que não houve qualquer paciente que se enquadrasse com o episódio descrito. Nádia Chuc, uma das médicas responsáveis pela UTI do Hospital de Doenças Tropicais de Goiânia (HDT), afirmou que a garota não estava internada na instituição e considerou que a história “é até engraçada, de tão absurda! É um caso a ser estudado pela psiquiatria!”. Nádia afirmou ainda que é comum fofocas assim serem espalhadas pelos corredores de hospitais.Apesar de o fato ser conhecido amplamente na cidade, a história não foi noticiada, ou confirmada por qualquer veículo de comunicação. A TV Anhanguera e o jornal o Diário da Manhã, citados em alguns dos relatos, negaram terem noticiado qualquer acontecimento similar. Muitas declarações, no entanto, dizem que as famílias envolvidas são influentes e que a contenção da notícia ocorre para evitar constrangimentos para a vítima. “Ouvi dizer que a menina infectada é filha de um delegado, por isso estão escondendo da mídia”, afirmou Alice Queirós.
Pessoas que conheceram a história relatam que a possível fonte inicial seria uma professora de Anatomia da Universidade Federal de Goiás, que teria tido contato direto com a jovem infectada, em um hospital. Todavia, a professora responsável pela disciplina na instituição informou que não tem conhecimento do assunto.
Apesar das especulações, a narrativa carrega verossimilhança. Existem doenças transmissíveis por meio do beijo, desde a simples “Doença do Beijo”, causada pelo vírus Epstein-Barr e que simula uma gripe; até doenças sexualmente transmissíveis, como gonorréia e sífilis. A necrofilia também é uma realidade. Há vários casos de pessoas que se envolvem sexualmente com cadáveres, como o ocorrido em 2005, em Coxim – Mato Grosso do Sul, no qual um homem foi preso por violar um túmulo de uma mulher recém-falecida.
Além disso, existe uma bactéria com características compatíveis com as relatadas, mas que não se relaciona com cadáveres: a vibrio vulnificus. É um microorganismo que provoca infecções em feridas. Pessoas com problemas hepáticos ou imunodeficiência estão sujeitas às infecções mais graves. Nesses casos a infecção pode levar rapidamente a morte. A bactéria é natural de ambientes e espécies marinhos. Não há dados disponíveis sobre a freqüência da patologia no Brasil.
Lendas Urbanas
As lendas urbanas têm sido abordadas nos novos meios de comunicação, como em correntes da internet, jornalismo online, e pela televisão, principalmente em programas vespertinos diários e dominicais. Nos programas de TV, os quadros consistem na dramatização da narrativa, e tratam o caso como se fosse verídico. São episódios que descrevem histórias bastante conhecidas, como: O Trem Fantasma, O Roubo do Rim, O Homem do Saco e a Bruxa do Espelho.
Apesar de a repercussão atual ser massificada e automática, lendas antigas permanecem em voga, como “A Loira do Banheiro”. A estudante de agronomia, Laís Santiago afirma conhecer a velha história que costumava ocupar o tempo do recreio na escola. A aparição da figura sombria exigia a realização de um ritual “Eu e minhas amigas costumávamos ir ao banheiro e dar várias descargas, abrir e fechar a torneira e bater a porta. Quando teoricamente a loira iria aparecer saíamos correndo e gritando”, diz a estudante.

domingo, 14 de junho de 2009

1ºCOL; 1ºBI- Viva a experiência de ser um naufrago!!

Imagem do jogo Stranded II (clique para ampliar)

Alguns alunos gostaram bastante das aulas envolvendo Robinson Crusoé e das reflexões envolvendo estar perdido numa ilha deserta. Que tal expandir a experiência??

Segue abaixo uma lista de jogos (gratuitos e pagos) que permitem você experimentar virtualmente a sensação de ser um naufrago perdido em uma ilha. Mãos a obra!!

Ahh...Para baixar (ou ser direcionado ao site com mais informações), clique no nome do jogo. Caso queira mais informação e ajuda para o jogo, o bom e velho google ajudará você (você pode até descobrir códigos que possibilitem trapaça no jogo – assim você jogará que nem os alunos que achavam uma boa idéia esperar milagres :P)

Jogos gratuitos

Stranded II – jogo em primeira pessoa (você não vê seu personagem, mas vê com os “olhos” dele). Aparenta ser razoavelmente realista. Em 3D, com bons gráficos, versões MOD e ilhas extras pra baixar. Recomendável o mínimo de conhecimento de inglês pra se poder jogar.

Schiffbruch 1.0 – joguinho mais antigo, mas também enfocado no realismo. Os gráficos não são bonitos como no anterior, mas em compensação o conhecimento sobre a língua inglesa não precisa ser tão bom.

Jogos pagos ($$$)

Lost Island - Surviving 1.0.3 – jogo de sobrevivência com gráficos bacaninhas e aparentemente realista. Já tinham disponibilizado o jogo completo e gratuito, mas (vai saber porquê) não se acha mais na net...

The Sims 2 – Histórias de Náufragos – Mais uma expansão da milionária série “The Sims”. Jogo caprichado, mas com enfoque pouco realista.

The Sims 2 Náufrago versão para celular e smartphones do mesmo jogo citado acima (joguem na minha aula e ficarão sem celular por uns dias :P).

Virtual Villagers 3: The Secret City – jogo quase nada realista sobre a vida numa ilha deserta (postei aqui por uma questão de democracia).

Wonderland Online 2.0.3 – RPG on-line menos realista ainda que o de cima (sim, democracia as vezes é uma droga :P).

Outros

Johnny Castaway Screen Saver – não é jogo e também não é realista, mas é um screen saver divertido pra dedéu (e é di grátis).